A vez do vinho em Goiânia

Planejada e construída para ser a capital política e administrativa de Goiás, a cidade com menos de nove décadas, que cresceu com base na agricultura, na indústria, na medicina e na moda, incorpora mais um segmento em ascensão: o vinho. Um produto que já tem raízes no estado e começa a ser apreciado nas melhores rodas. Como no Wine Weekend, festival que começa hoje e segue até domingo, no Castro's Park Hotel, para degustação de mais de 150 rótulos do mundo, além do vinho goiano.

Criado em 2016, o festival sinaliza "o crescimento do vinho em Goiânia e resulta da necessidade de se ter mais eventos que ensinassem as pessoas a entenderem esse universo", afirma o diretor Olavo de Castro Araújo, neto do fundador do hotel e idealizador da programação anual, interrompida devido à pandemia. Nesta 5ª edição, que tem como tema Volta ao Mundo, e da qual sou uma das embaixadoras, estão previstas palestras, jantar, feijoada harmonizada e muita música.

"Por ser uma degustação na piscina com música e alta gastronomia, o Wine Festival acaba sendo muito democrático para quem já gosta e para quem está descobrindo os sabores dos vinhos", observa o diretor, que compartilha o comando do hotel com a tia Silvana Castro Mendonça. Eles oferecem pacotes de hospedagem a partir de 3x de R$ 707,70, incluso duas diárias. Telefone: (62) 3096-2000.

Programação

Técnicas de degustação, como reconhecer aromas e degustar os diferentes estilos de vinhos é o tema de abertura do evento, hoje, às 19h, pela sommelière Letticiae Bittencourt, formada pela ABS-SP e presidente da ABS local. Segue, no restaurante Bouganvillea, o jantar com menu internacional a cargo do chef executivo José Carlos, que desenvolveu cinco etapas a partir de tapas espanholas harmonizadas com a cava brut Castelblanc; sopa de pera com o Vitiano Bianco da Umbria e salmão com o chardonnay chileno Petirrojo. O vinho tinto português Quinta do Monte Travesso chega com arroz de pato e crepe Suzette servida com Château Pion Monbazillac. Sai por R$ 275.

Amanhã, antes da feijoada — um dos atrativos gastronômicos de todos os sábados —, o sommelier cubano Eugenio Cue, da importadora Del Maipo, vai propor uma viagem da França ao Chile com degustação de rótulos produzidos em Bordeaux, Ronan blanc e Ronan rouge by Clinet e, no Chile, o Kalak pelo enólogo francês Pascal Marty. Segue a palestra do médico empresário Sebastião Ferro contando como a vinícola Serra das Galés, de Paraúna, vem prosperando no cerrado.

Domingo, começa com vinhos portugueses a cargo de José Pedro Martins, diretor da Porto Cave, seguido pelo jovem enólogo Lucas Foppa, da Tenuta Foppa & Ambrosi, explicando como a tecnologia e o terroir da Serra Gaúcha têm ajudado a melhorar ainda mais a qualidade de vinhos. A participação no festival é feita mediante ingresso no valor de R$ 300, sendo R$ 25 convertidos em compras de vinho.

Primeiro 5 estrelas

O Castro's Hotel, erguido na Av. República do Líbano, nº 1.520, é o primeiro cinco estrelas de Goiás. Foi fundado há 35 anos por Olavo de Castro, falecido em 2017, aos 92 anos, que construiu o hotel com recursos próprios, sem pegar um centavo em banco. Era casado com a prima Norma de Castro, herdeira de muitas fazendas no estado. Mineiro de Uberlândia, o casal não hesitou em adotar Goiânia como sua cidade.

Distante 200 quilômetros de Brasília, Goiânia guarda uma curiosidade a respeito do nome. O fundador, Pedro Ludovico, lançou um concurso para escolha do nome, e seus admiradores sugeriram Petronia, enquanto o professor Alfredo de Faria Castro (não é parente da família hoteleira) sugeriu Goiânia, que não conseguiu 10 votos.

No lançamento da pedra fundamental, em 24 de outubro de 1933, logo após a missa, teve início a roçagem do terreno, quando Pedro Ludovico anunciou o nome preferido por ele durante discurso, no qual previa que "dentro de cinco anos, grande porção desta área destinada à futura cidade estará coberta de luxuosas e alegres vivendas". Acertou em cheio! Goiânia oferece ricas atrações.