Imagens do circuito interno de segurança colhidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ao longo das investigações sobre a quadrilha especializada em furtar motos no DF, mostram como os criminosos agiam na capital. Na manhã desta quarta-feira (27/7), foram cumpridos 22 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão no âmbito da Operação Cavalo de Aço. No total, 15 pessoas foram presas.
A filmagem registrada no Plano Piloto é uma das várias que auxiliaram nas investigações. De calça jeans e camiseta, um homem fala ao telefone e caminha por um estacionamento público. À frente, há três motos: uma vermelha, uma preta e uma branca. Disfarçadamente, o criminoso se aproxima da motocicleta vermelha, a segura no guidão. Em pouco menos de dois minutos, o homem olha ao redor, guarda o telefone e inicia uma tentativa de furto. A ação, no entanto, é frustrada após a motocicleta não dar partida.
Numa outra empreitada criminosa, em 13 de dezembro do ano passado, dois homens conseguem furtar uma motocicleta em frente a um prédio residencial. A dupla chega em uma moto, estaciona e desce do automóvel. Enquanto um deles sobe na moto do comparsa, o segundo envolvido furta a moto ao lado e os dois conseguem fugir.
Em pouco mais de um ano, o grupo faturou cerca de R$ 500 mil. Segundo as investigações da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRFV2/Corpatri), os criminosos faziam questão de escolher quais motos seriam furtadas e o local. A preferência era na região do Plano Piloto e por aquelas motocicletas fabricadas entre 2020 e 2022.
O esquema
Após a subtração do veículo, os criminosos a ocultavam em diversos locais (esfriamento), adulteravam os sinais identificadores (placas, chassis) e a transportavam para outras unidades da Federação, principalmente para cidades da Bahia e do Piauí. Em cidades da Bahia e do Piauí, eles chegavam a revender as motos entre R$ 1,2 mil e R$ 7 mil.
Três são considerados foragidos: Douglas Vieira Barros, Gleison de Morais Feitosa e Thiago Mariano da Silva. A maioria dos criminosos acumula antecedentes, principalmente os líderes da organização, que tinham sido investigados por adulteração de sinais identificadores e receptação de veículos. As denúncias podem ser feitas pelo número 197, da Polícia Civil.
Todos os presos responderão pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado, adulteração de sinais identificadores, receptação e lavagem de capitais. Caso sejam condenados, podem pegar mais de 20 anos de reclusão.