Com o reconhecimento da varíola dos macacos como emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Distrito Federal acendeu o alerta de combate a mais um vírus, o monkeypox. Nessa segunda-feira (25/7), o total de casos subiu para 16. Na avaliação do infectologista André Bon, há necessidade de aperfeiçoar a comunicação quanto aos cuidados que os brasilienses devem adotar contra a doença. "Precisamos melhorar a divulgação (de informações) sobre os sintomas e sobre quem deve procurar atendimento", recomenda o médico.
A mudança de status da propagação da doença pela OMS coloca a varíola dos macacos em um patamar de evento extraordinário, que apresenta riscos internacionais e, portanto, requer resposta global coordenada. Além disso, a divulgação funciona, principalmente, como um apelo para a atração de recursos e de atenção para combater o surto.
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André Bon destaca que o anúncio da organização não "altera substancialmente as ações de saúde", mas o conhecimento acerca dos perigos da virose provocada pelo monkeypox é essencial. "Não passam a existir grandes diferenças em nossa conduta (médica). Os profissionais de saúde já estavam em alerta, e existem protocolos definidos pela vigilância (epidemiológica), com critérios necessários para a notificação dos pacientes e a coleta de material para diagnóstico", completa o infectologista do Hospital Brasília.
A principal aposta da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) para lidar com a situação se concentra na análise de amostras na própria capital do país. Atualmente, os materiais coletados são enviados para o laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Há 16 casos confirmados da varíola dos macacos no DF; outros 40 estão sob investigação da pasta.
Até o momento, o grupo de pacientes diagnosticados é composto por homens com idades entre 20 e 39 anos. Os 16 que tiveram quadro de infecção confirmado moram em 10 regiões administrativas: Águas Claras, Ceilândia, Itapoã, Núcleo Bandeirante, Park Way, Plano Piloto, Samambaia, São Sebastião, Sudoeste/Octogonal e Vicente Pires. "Os casos são monitorados pela equipe de Vigilância Epidemiológica", informou a SES-DF, em nota.
Do total de infecções, quatro tiveram confirmação nessa segunda-feira (25/7), mas o primeiro caso na capital federal foi registrado em 3 de julho. A previsão da SES-DF é de que o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) comece a fazer testes em agosto. A capacidade inicial será de até 96 amostras analisadas por semana. "Para isso, foram adquiridos reagentes específicos, que ainda precisam ser entregues. Após a chegada, o Lacen vai iniciar os primeiros ensaios técnicos, para adequar os protocolos e orientações da OMS. A expectativa é de que os resultados dos exames sejam entregues em até 48 horas. Atualmente, o laboratório da UFRJ leva, em média, 15 dias para liberar o resultado", concluiu a pasta.