JUSTIÇA

Jovem é condenado à prisão por roubar chocolates e informar nome falso

Crime ocorreu em março último. Para magistrada que analisou o caso, ação se tipificou como roubo por envolver violência. Por isso, juíza também descartou crime de menor gravidade

Acusado de roubar chocolates em uma loja no Setor Comercial Sul, um jovem de 23 anos foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão pela 1ª Vara Criminal de Brasília. O veredito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) foi divulgado nesta quarta-feira (20/7). Alexandre Gonçalves Soares da Silva também respondeu por crime de falsa identidade, pelo qual recebeu pena de três meses e 15 dias de prisão. Cabe recurso da decisão.

A ação ocorreu em 10 de março, quando Alexandre teria pegado escondido bombons e chocolates da loja, segundo denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A acusação acrescentou que ele teria colocado os itens no bolso e pago só por um pacote de balas. Em seguida, na área externa, atendentes do estabelecimento questionaram o acusado sobre o furto. O réu tentou fugir, mas foi impedido por um fiscal.

Após a ação do funcionário, Alexandre o agrediu com um empurrão, além de socos, tapas e unhadas, que provocaram lesões leves, de acordo com o MPDFT. Depois da prisão, o acusado se apresentou à polícia com o nome do irmão.

Na sentença, a juíza que analisou o caso desconsiderou a possibilidade de furto, devido às agressões ao funcionário. As atitudes do acusado levaram, ainda, à impossibilidade de aplicação do princípio da insignificância pedido pela defesa. Esse entendimento prevê que algumas condutas não são suficientemente graves a ponto de exigirem necessidade de punição do autor.

A magistrada se baseou em uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que impede a imposição desse princípio em crimes cometidos com violência ou grave ameaça e quando o réu for reincidente. Alexandre se enquadra nas duas hipóteses, segundo a denúncia.

Por fim, a juíza considerou que, ao usar o nome do irmão para se apresentar à polícia, Alexandre tentou enganar os agentes para "obter benefícios" que poderiam impedir ou dificultar a apuração penal, bem como a possível penalização pelo crime. 

Ao Correio, a advogada de Alexandre, Michele da Silva Marinho Pinto, afirmou que entrará com recurso contra a decisão, para pedir que a juíza se manifeste sobre a possibilidade de o acusado recorrer em liberdade. A defesa afirma que essa informação não consta na sentença, a qual também será questionada posteriormente.