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Marinésio dos Santos é condenado a 33 anos de prisão em regime fechado

Marinésio dos Santos recebeu a pena, pelo Tribunal do Júri de Planaltina, depois de estuprar, assassinar e esconder o cadáver de Genir Pereira de Sousa

Marinésio dos Santos Olinto foi condenado, nesta terça-feira (19/7), pelo Tribunal do Júri de Planaltina, por estuprar, assassinar e esconder o cadáver de Genir Pereira de Sousa. A pena foi fixada pelos jurados em 33 anos de reclusão em regime inicial fechado, e ele não poderá recorrer em liberdade.

De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, o crime ocorreu na manhã de 2 de junho de 2019. Genir estava na parada de ônibus em frente ao condomínio La Font, às margens da DF-250. Marinésio chegou de carro ao local e afirmou que fazia transporte de passageiros. Ela entrou no carro e ele dirigiu em direção à DF-130, onde entrou em uma estrada de terra. Marinésio parou o veículo, estuprou Genir e depois a estrangulou. A seguir, ele arrastou o cadáver para a mata e tentou cobri-lo com a vegetação do local.

O criminoso confessou ter matado a diarista na data, depois que ela saiu de um condomínio do Paranoá. Câmeras de segurança filmaram o momento em que Marinésio para em uma parada de ônibus da área em uma Blazer cinza. Ele se passou por motorista de transporte pirata para atrair a vítima.

A denúncia contra o ex-cozinheiro foi por homicídio quintuplamente qualificado: motivo torpe, emprego de asfixia, dissimulação, feminicídio e objetivo de ocultar outro crime, além de estupro e ocultação de cadáver.

Os jurados aceitaram as qualificadoras apontadas pelo Ministério Público: uso de meio cruel (asfixia), dissimulação (ele fingiu trabalhar com transporte de passageiros para convencer a Genir a entrar em seu carro), tentativa de assegurar a impunidade de outro crime (antes de matá-la, ele estuprou a vítima) e feminicídio (crime praticado em razão da condição do sexo feminino).

O criminoso foi condenado a 34 anos de prisão, no ano passado, pelo feminicídio da advogada Letícia Sousa Curado de Melo, 26 anos, em agosto de 2019. A princípio, ele havia recebido pena de 37 anos pelo crime, mas a sentença foi reduzida seis meses depois.

Saiba Mais

Para o promotor de Justiça Nathan da Silva Neto, a condenação não se trata apenas de uma resposta penal à prática de um crime. “É mais que isso. O processamento de crimes dessa natureza serve como denúncia política das múltiplas formas de violências ainda costumeiramente praticadas contra as mulheres do país, evidenciando que ainda existe muito trabalho pela frente, não apenas a cargo dos órgãos de repressão, mas principalmente das instâncias formuladoras de políticas públicas”, afirma.

“Não se pode negar que a condenação de Marinésio fecha um triste capítulo na história das cidades de Planaltina e Paranoá, com um final que, ao menos, conforta a sociedade, amigos e familiares das vítimas, quanto ao funcionamento minimamente satisfatório dos órgãos de repressão e controle”, conclui o promotor que atuou no julgamento.