"Lula vem a Brasília, e nós estamos tendo todo o cuidado, bem como em todo território nacional onde ele tem ido", adiantou o deputando distrital Chico Vigilante (PT), ontem, ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília. O parlamentar lamentou o assassinato de um filiado ao partido em Foz do Iguaçu e convidou os brasilienses a participarem do encontro com o ex-presidente, hoje, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. "Não haverá detector para entrar apenas bandeiras vermelhas. Todo mundo será tratado em igualdade de condição", garantiu o parlamentar, em entrevista à jornalista Ana Maria Campos.
No último fim de semana, houve o assassinato de um líder petista, e o ex-presidente Lula chega amanhã a Brasília para evento da federação. Isso desperta algum medo ou receio sobre a segurança de Lula?
Existe, no Brasil, hoje, implementado pelo presidente da República, que eu chamo de "capitão capiroto", uma violência que é muito pregada por ele. Basta verificar quantas mulheres têm sido assassinadas; e negros e homossexuais, discriminados. Em todos os locais que vou, tenho dito para terem cuidado, porque, infelizmente, estas eleições podem ser as mais violentas da nossa história. E esse fato de Foz do Iguaçu choca a todos nós. É um cidadão que só tinha emprego porque tinha os presídios federais, era qualificado, saiu de casa às 23h, com uma criança de três meses e a esposa, e vai em uma festa privada para matar o aniversariante, que era o nosso companheiro Marcelo Arruda, do PT de Foz do Iguaçu. É chocante. Quem tem juízo, quem tem noção do que é política, repudia esse ato. O único que não repudiou foi exatamente o presidente da República. Portanto, Lula vem a Brasília, e nós estamos tendo todo o cuidado, bem como em todo território nacional onde ele tem ido.
A presença de Lula amanhã, em Brasília, será segura para ele e os pré-candidatos que vão estar
ao lado dele?
Sem dúvida. Vai haver todo um esquema de segurança. Infelizmente, agora, precisará ter revista. Aconselho as pessoas a deixarem suas bolsas em casa e levar o mínimo necessário para o ato, com bandeira sem os mastros. Será um ato seguro. A população do Distrito Federal é ordeira, pacífica e honesta. Aqui, é uma cidade de homens e mulheres trabalhadores na agricultura, no comércio, nos bancos, no serviço público e terceirizados, que vivem de maneira harmoniosa.
Acha que o Lula, se eleito presidente, vai governar olhando para a frente ou vai retaliar pelo que sofreu nos últimos anos?
Eu conheço Lula há 43 anos. Ele é um ser humano tão extraordinário e espetacular que é incapaz de ter inimigos. Ele só faz amigos. Portanto ele vai governar olhando para a frente, olhando as milhões de pessoas desassistidas que estão passando fome e que precisam comer. Ele não vai retaliar ninguém. Ele vai chamar todo mundo para fazer um governo de união nacional, porque, assim, a gente vai salvar o Brasil.
No evento de hoje, os candidatos que apoiam Lula vão participar, independentemente de serem da federação PV, PT e PCdoB?
Espero que todos os pré-candidatos e todos que queiram um Brasil diferente compareçam, pois serão muito bem recebidos. Não haverá detector para entrar apenas bandeiras vermelhas. Quem quiser entrar com bandeiras verde-amarelas, que é a bandeira do nosso país, será bem vindo. Todo mundo será tratado em igualdade de condição. Estamos fazendo tudo para colocar Leandro Grass no governo e ganhar as eleições. Se a gente não ganhar as eleições, quem ganhar vai governar com o presidente Lula, e só não governará se não quiser. Defendo que devemos dar as mãos e recuperar o DF e mudar essa realidade desastrosa.
Há a possibilidade do ex-governador Arruda se candidatar ao Buriti na base de Bolsonaro. Como o senhor avalia esse quadro?
Acho que o grande sonho dele é ser governador novamente. Não tenho nenhuma dúvida de que ele será candidato. Essa história de que ele está fechado com Ibaneis, que é amigo desde criancinha, não existe na política. Cabe a nós, da federação, trabalhar cada vez mais e colocar o Leandro no segundo turno.
O que o senhor acha que vai ser o tema das eleições no DF?
A saúde pública. Essa é a grande questão que precisa ser resolvida. Depois, vem a educação, em que a gente precisa tornar as escolas um espaço agradável e bonito. E a geração de emprego. Temos que incentivar a iniciativa privada a gerar os empregos necessários para que a nossa população. Só teremos o mínimo de igualdade social gerando emprego para as pessoas.
*Estagiário sob a supervisão
de Guilherme Marinho