O ex-presidente Lula estará em Brasília nesta terça-feira para um grande ato de campanha com seus aliados na cidade. Será uma espécie de comício em ambiente fechado, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com música e discursos. Lula fechará o evento com um pronunciamento, aos moldes do que vem fazendo em várias cidades por onde tem passado. É a largada da campanha do ex-presidente na cidade e também um empurrão para as candidaturas da federação PT-PV-PCdoB no Distrito Federal. Como o vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), virá para o evento, o pré-candidato do partido ao Palácio do Buriti, Rafael Parente, será convidado ao palco, assim como Keka Bagno (PSol), o nome da federação PSol-Rede.
Cuidados com a segurança
Em meio a ataques com bombas caseiras em eventos de Lula, a coordenação da campanha está tomando medidas para evitar riscos, como recomendações de que os militantes não levem mochilas grandes e usem bandeiras sem mastro ou cabo. Haverá revista com detectores de metais na entrada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Brasília é um local para preocupações devido à popularidade do presidente Jair Bolsonaro.
Candidatura subjudice
Por conta das decisões envolvendo possível impugnação da candidatura do ex-governador Agnelo Queiroz a um mandato de deputado federal, a federação formada pelo PT-PV-PCdoB ainda vai reavaliar o cenário antes de registrar na disputa eleitoral. Como a concorrência é grande, integrantes da direção dos partidos avaliam que pode ser um risco, numa eventual perda dos votos do petista. O impacto seria para todos os candidatos a deputado federal da legenda. "Respeitamos muito o Agnelo. Mas essa não é uma decisão exclusiva do PT. Estamos em uma federação", disse o presidente regional do PT, Jacy Afonso.
Concorrência
No PCdoB, há uma avaliação de que a candidatura de Agnelo Queiroz pode tirar votos de Ana Prestes, lançada na disputa a deputada federal. Pela história, o ex-governador tem mais chances de se eleger, mas pode perder os votos em caso de ter o registro negado pela Justiça Eleitoral.
Deputados do DF votaram
a favor da mudança
na lei de improbidade
A nova lei de improbidade administrativa que provocou a volta do ex-governador José Roberto Arruda (PL) ao cenário político entrou em vigor em outubro do ano passado. Não foi um debate que dividiu bolsonaristas e oposição. Sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados com o voto favorável de todos os oito deputados federais do Distrito Federal. A deputada Flávia Arruda (PL-DF) não votou porque estava licenciada do mandato, no exercício do cargo de ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República. No lugar dela, o suplente, Laerte Bessa (PL), votou sim. A lei estabelece como condição para a condenação do agente público, o dolo, ou seja, a comprovação de que houve vontade deliberada de causar prejuízos aos cofres públicos. Também define que o prazo de prescrição para punição por improbidade passa a ser de oito anos depois do cometimento do ato. Se houver interrupção da contagem, o prazo cai pela metade na retomada da tramitação. No Senado, a bancada foi contra. Os três representantes do DF, Leila Barros (PDT), Izalci Lucas (PSDB) e Reguffe (União) votaram não.
Chapa pura
Se o PSB decidir enfrentar a eleição com chapa pura, tendo Rafael Parente como candidato ao governo, a ex-deputada distrital Luzia de Paula, do mesmo partido, será a vice.
Apoio dos grupos militares
Nos grupos de WhatsApp de policiais e bombeiros militares, a possível candidatura de Arruda ao governo está bombando. Ele sempre teve uma boa relação com a categoria, desde quando foi líder do governo FHC no Senado, e agora há uma rejeição a Ibaneis Rocha porque o reajuste prometido para as forças de segurança não saiu.
Decisão na hora certa
Arruda andou muito nos últimos dois dias pelas cidades ouvindo as pessoas. Esteve na Feira dos Goianos, almoço na casa de um padre, festa junina em Samambaia e Brazlândia. O ex-governador também tem recebido muitas mensagens de incentivo para entrar na campanha novamente ao Palácio do Buriti. Em conversa com essas pessoas, Arruda diz que não é fácil recomeçar. "Eu vou ser o que vocês determinarem e pedindo a Deus para tomar a decisão certa, na hora certa", afirmou a um policial militar.