A emoção tomou conta da manhã de amigos, familiares e colegas de trabalho do médico Vitor Procopio Trindade, 27 anos, filho do jornalista da Jovem Pan, José Maria Trindade. O médico morreu após complicações de um grave acidente ocorrido no dia 1º de julho, envolvendo a ambulância na qual ele estava.
Em homenagem a Victor, um cortejo com viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) saiu ontem da 405 Sul, em direção ao Cemitério Campo da Esperança - Asa Sul, onde o corpo do médico foi velado.
Em um clima comovente, centenas de pessoas compareceram ao cemitério para se despedir e rezaram em nome do jovem, que se formou em medicina em abril de 2020 e, em março do ano passado, iniciou residência médica em anestesiologia no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Ele atuava como médico socorrista do Samu.
Além do SAMU, outras forças de segurança, como o CBMDF e a Rotam, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), também participaram das homenagens ao médico. Após o velório, um corredor foi feito pelos militares que aplaudiram enquanto o caixão com o corpo do médico passava. Durante o enterro, enquanto amigos e familiares rezavam e cantavam músicas cristãs, um helicóptero do Corpo de Bombeiros sobrevoou o cemitério, enquanto pétalas de rosas caiam do céu.
Muito abalada, a mãe de Vitor, Redu Procopio Trindade, precisou ser amparada por parentes. Com a morte do filho, José Maria Trindade vai desencadear uma campanha pela segurança e melhor jornada de trabalho para os médicos e profissionais do Samu.
Coordenador do Samu Entorno-Sul e da base do Samu onde Vítor era lotado, em Valparaíso (GO), Fernando Neves afirmou que é uma perda grande e que toda a equipe está impactada. "Costumo dizer para minha equipe que em todo atendimento estamos indo atender o amor da vida de alguém e naquele dia, fomos atender um amor das nossas vidas", contou .
Há seis meses no Samu, Fernando disse que o jovem era apaixonado pelo trabalho. "O Dr. Vítor tinha tudo para estar numa clínica ou em qualquer outro lugar, mas ele escolheu o Samu e fazia por amor, tanto que até depois que morreu salvou vidas." O médico era doador de órgãos.