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Após caso de raiva, vacinação para pets segue neste fim de semana

A Secretaria de Saúde disponibiliza a imunização contra a raiva em cães e gatos em diversas regiões administrativas. Confira os locais em que é possível levar o pet neste fim de semana. Expectativa é atingir 80% dos animais

O recente caso de raiva humana em Brasília despertou a preocupação das autoridades sanitárias. Emergencialmente, a Secretaria de Saúde antecipou a vacinação de cães e gatos contra a zoonose e fixou como meta atingir, ao menos, 80% dos 345.033 cães e gatos estimados na capital federal.

Desde quarta-feira, quando o primeiro caso da doença, em 44 anos, foi confirmado, sete pontos de vacinação foram disponibilizados para que os tutores compareçam com os pets. A campanha segue neste fim de semana.

O período de incubação da infecção é uma das maiores ameaças para a saúde, conforme explica a infectologista Joana D'arc Gonçalves. "A raiva tem ciclos que mantêm o vírus circulando: o ciclo silvestre e rural, mantido pelos morcegos, e o urbano, sendo este passível de ser erradicado pela vacinação dos mamíferos. O grande problema é que a doença tem uma letalidade alta e, quando a pessoa se infecta, pode ter um período de incubação longo. As manifestações podem vir em 15 dias, ou apenas depois de quatro meses, por exemplo", explica.

O caminho, de acordo com a especialista, é prevenção e monitoramento. "Precisamos seguir um calendário de vacinação adequado e investigar os casos suspeitos, sejam de raiva humana ou animal, para conseguir estabelecer qual a fonte de infecção e quais as pessoas que estão sob risco. Desta forma, conseguimos estabelecer uma área de atuação, para realizar um bloqueio de foco", afirma.

O estudante Vítor Serra Barroso, 19 anos, não pensou duas vezes em levar sua american staffordshire Anne, de dois anos, para obter a proteção. Ele conta que, mesmo com a rotina pesada, o caso de raiva humana, após mais de quatro décadas, influenciou na decisão imediata. Dos mais de 340 mil animais do DF, 89,4% são cães

"Infelizmente, pela correria diária, não conseguimos dar a vacinação no tempo exato, mas sempre damos quando conseguimos, aqui em casa. Ainda assim, fiquei um pouco surpreso com um caso depois de ter passado tanto tempo do último", admite.

Vacinada, agora, Anne pode andar tranquilamente, sem pôr em risco a segurança de todos à sua volta. "Pessoalmente, me sinto seguro, depois dela ter tomado a vacina de forma correta. Foi um ato necessário", frisa o tutor.

Transmissão da raiva

A Secretaria de Saúde alerta que, entre os meios de transmissão do vírus, estão mordidas, arranhões ou lambidas, tanto dos animais domésticos infectados, como de animais silvestres. Os animais aéreos, como morcegos, ou rurais, como cavalos e vacas, também podem ser fontes contaminantes. A orientação da pasta é, em caso de machucados, lavar as feridas com água e sabão e ir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para receber orientação médica.

A médica veterinária Layanne de Souza destaca a importância de manter a vacinação dos pets em dia. "Seja em clínicas, centros de zoonoses ou campanhas do governo, o importante é imunizar o animal. A vacina é de extrema importância, porque apenas um arranhão pode contaminar o ser humano e a doença é altamente letal, tanto para pessoas quanto para animais", ressalta.

Ela orienta para que sinais de alerta, como mudanças de comportamento e humor dos cães e gatos não sejam ignorados. "Após a contaminação, eles ficam muito agressivos, babando e se comportando de maneira não habitual", acrescenta. A médica veterinária reforça que a vacina antirrábica deve ser feita durante toda a vida do animal. "A primeira é feita a partir dos quatro meses do pet, e depois é aplicada uma dose por ano", explica.

Sintomas da doença

Nos humanos, a raiva também causa alterações, como inquietação, perturbação do sono e pesadelos. Outros sintomas são hipersensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordedura. A fase inicial da infecção dura de dois a quatro dias. Posteriormente, instala-se um quadro de alucinações, acompanhado de febre, que pode durar por dois ou três dias, com risco de crises convulsivas periódicas.

Em animais, outras características podem aparecer. Além da mudança de comportamento, pode haver modificações dos hábitos alimentares e paralisia das patas traseiras. Nos cães, o latido se torna diferente do normal, parecendo um "uivo rouco". Já os morcegos podem ser encontrados em horários e locais não habituais. De acordo com a Secretaria de Saúde, o último caso diagnosticado em cães foi em 2000 e, em gatos, no ano de 2001.

*Estagiário sob a supervisão de Juliana Oliveira

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Onde se vacinar

Gama
Endereço: Clínica A veterinária, Avenida São Francisco, Ponte Alta Norte

Asa Norte
Endereço: Agropet Capital, SCRLN 714/715 / Agrosama Petshop, SCRN 716, Bloco A

Taguatinga
Endereço: Inspetoria de Saúde de Taguatinga Sul, QSE 11/13, Área Especial / Inspetoria de Saúde de Taguatinga Norte, QNJ 02, Área Especial

Horários em todas as unidades: de 9h às 16h*

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Como colaborar com os Serviços de Saúde e nas medidas de controle de raiva:
>> Notifique a existência de animais errantes nas vizinhanças de seu domicílio;
>> Informe o comportamento anormal de animais, sejam eles agressivos ou não;
>> Informe a existência de morcegos de qualquer espécie;
>> Nos casos de morte de animais com suspeita, providencie a entrega para coleta de material para exames de laboratório;
>> Em caso de agressão, não matar o animal, procurar imediatamente uma unidade de saúde


Fonte: SES-DF