Mandou mal

Um dos pontos a considerar para o ex-governador José Roberto Arruda (PL), caso consiga retomar os direitos políticos para essa eleição, é a situação da mulher, a deputada Flávia Arruda (PL). Se ele for candidato ao governo, será difícil fazer uma composição em que ela concorra ao Senado. Ela está bem avaliada nas pesquisas com grande chance de se eleger senadora. Fica difícil mudar esse projeto. A solução pode ser Arruda disputar uma vaga de deputado federal. A quem lhe pergunta, ele diz que não tem ainda a resposta.

Um passo à frente
na elegibilidade

A decisão do ministro Nunes Marques, do STF, que beneficiou o ex-deputado Rôney Nemer (PP) foi comemorada pelos advogados do ex-governador José Roberto Arruda (PL). Nemer retomou os direitos políticos e poderá concorrer a um mandato de deputado federal graças ao efeito suspensivo de sua condenação por improbidade administrativa concedido pelo magistrado levando em conta as regras de prescrição estabelecidas na nova Lei de Improbidade Administrativa. Os argumentos de Nemer são os mesmos defendidos por Arruda. A diferença é que o ex-deputado estava um passo à frente nas instâncias recursais.

Unidos ou separados?

Aliados de José Antônio Reguffe (União-DF) acreditam que se Arruda disputar o Buriti haverá um embate tão grande com o governo Ibaneis Rocha (MDB) que pode acabar favorecendo a candidatura do senador ao governo. Mas no União Brasil há aliados de Arruda que podem defender uma aliança. Reguffe tem dito que não topa.

Em campanha própria e para vice

O pré-candidato do PSB ao governo do DF, Rafael Parente, está trabalhando a própria campanha e tem visitado experiências bem-sucedidas do partido pelo país. Mas na semana passada sinalizou que aceitaria uma aliança com Reguffe, compondo a chapa como vice. Reguffe gostaria de uma composição com o PSB. Ele quer um partido de esquerda em sua frente.

Direita ou esquerda

O problema para Reguffe em ter o PSB na chapa é que ele pode perder outros partidos, como o Novo. O pré-candidato do Novo ao Senado, Paulo Roque, gosta de Rafael Parente e até o considera um liberal e não um socialista. Mas seu partido não topa uma dobradinha com um partido de esquerda.

Caminho difícil para
candidatura de Agnelo

A candidatura do ex-governador Agnelo Queiroz (PT) vai ser uma batalha jurídica. O STF negou, em julgamento virtual concluído sexta-feira, uma ação que daria a elegibilidade ao petista. Estava em discussão o tempo da pena para quem foi condenado por abuso de poder político ou econômico, como é o caso de Agnelo. Uma súmula do TSE estabelece que são oito anos, a contar da data da eleição em que houve a irregularidade. Como o ex-governador foi condenado pela eleição de 2014, ocorrida em 5 de outubro, ele está inelegível até a mesma data deste ano. Só que o pleito ocorrerá três dias antes, em 2 de outubro. O partido Solidariedade ajuizou uma Ação de Descumprimento de Preceito Constitucional para alterar a data para oito anos, considerando os dias das eleições. Mas, por unanimidade, o STF entendeu que esse não era o caminho adequado para discutir a causa.

Batalha judicial

O advogado Paulo Guimarães, que representa o ex-governador Agnelo Queiroz, disse que o petista pode registrar a candidatura, mas certamente terá o pedido indeferido. Em seguida, no entanto, contra a decisão do TRE/DF, será possível recorrer ao TSE, sustentando a inconstitucionalidade do critério de cálculo previsto na súmula do TSE. E da decisão do TSE caberá Recurso Extraordinário, ou Agravo para o STF, onde será necessário obter antecipação de tutela recursal para deferir o registro da candidatura, até a data da diplomação. "É uma empreitada judicial reconhecidamente difícil", avalia.

PCdoB escolhe Olgamir para vice de Leandro Grass

O comitê regional do PCdoB decidiu ontem por unanimidade indicar a professora Olgamir Amancia como vice na chapa do deputado Leandro Grass (PV) ao Governo do Distrito Federal. A escolha agradou a campanha de Grass, que queria uma mulher ligada à educação. Olgamir é doutora na área e decana de extensão da UnB.

Representantes do Ministério Público do DF fizeram uma vistoria nas pediatrias do Hmib e do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) para verificar as condições de funcionamento das duas unidades.

Além de relatos de assédio sexual, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães é alvo de acusações de assédio moral pelo tom desrespeitoso a empregados do banco público.

"Não se esqueçam que o outro cara, o de nove dedos, falou que vai acabar com a questão do armamento no Brasil, tá? Vai recolher as armas, clube de tiro vai virar... vai virar biblioteca. Como se ele fosse algum exemplo para isso"

Presidente Jair Bolsonaro


"Bolsonaro diz que se Lula vencer vai transformar clubes de tiro em bibiotecas. Ou Bolsonaro está louco e faz propaganda para Lula. Ou foi o Brasil que enlouqueceu e prefere bala a livro, manter clube de tiro no lugar de biblioteca. Violência em vez de paz"

Cristovam Buarque, ex-senador, ex-governador do DF e ex-ministro da Educação

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aprovou recomendação para que o Ministério Público passe a gravar em áudio e vídeo audiências e depoimentos prestados em procedimentos. A proposta foi elaborada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sob coordenação do vice-presidente nacional da entidade, Rafael Horn, e levada ao CNMP pelo conselheiro Rodrigo Badaró, um dos representantes da advocacia no colegiado. Para a OAB, a gravação de atos públicos amplia as prerrogativas da advocacia e os direitos dos investigados.

O senhor vai concorrer nas eleições? A qual cargo?

Sim, serei candidato a deputado federal pelo Podemos.

O senhor foi candidato ao governo em 2018. Agora apoia quem?

Agora vou apoiar o senador Reguffe.

Entre Lula e Bolsonaro, em quem o senhor vota?

No segundo turno, se eu tiver que escolher entre esses dois, vou votar em Bolsonaro, por entender que eleger novamente a maior quadrilha da história do país representa um retrocesso em tudo que tentamos conquistar arduamente desde o impeachment da ex-presidente Dilma e coloca em risco a segurança das próximas gerações de brasileiros, mas guardo a esperança de que consigamos sair da polaridade destrutiva que eles representam.

Na última eleição, em meio a uma onda bolsonarista, o senhor, que estreava na política, foi uma surpresa no número de votos. Acredita que terá o mesmo sucesso agora?

Há algum tempo desembarquei da onda bolsonarista, mas acredito que a minha coerência e o compromisso com as causas que defendi em 2018 me ajudarão a manter uma votação suficiente para ter a oportunidade de provar o que digo no Congresso Nacional.

Depois de três anos e meio de mandato do presidente Bolsonaro, pode apontar o principal erro?

Diferente de Bolsonaro, eu tenho mantido a coerência e o compromisso com as propostas que defendi junto com ele em 2018. Hoje, Bolsonaro está abraçado ao Centrão, contradizendo a maior parte dos compromissos de campanha. Há quem o defenda e justifique esta atitude como forma de sobrevivência no ambiente político. Eu não defendi, apoiei e votei em Bolsonaro para que ele sobrevivesse politicamente, mas para que ele fizesse o que tinha que ser feito, com inteligência e boa estratégia. A adoção de uma postura que lhe garantisse a reeleição botou a perder o projeto que o elegeu. Não posso concordar com isso.

E no governo de Ibaneis?

Ibaneis prometeu mundos e fundos, ou seja, muito mais do que tinha condições de fazer. Não é por outra razão que tem sido chamado de "Inganeis". Na minha opinião, ele tem governado com o mesmo viés do Bolsonaro, jogando para a plateia em busca de respaldo para a reeleição. Fez realmente muitas coisas boas, em especial obras no sistema viário. Por outro lado, na área da saúde, só fez remendos, demonstrando que deu prioridade ao que é visível aos olhos do grande eleitorado. Aposto que o general Pafiadache, que é um homem competente, honesto e comprometido, deixou o cargo porque concluiu que, para o governador, a reeleição é mais importante do que a vida dos que dependem do serviço público de saúde.