A proteção ao meio ambiente é tarefa de todos. Com base nessa premissa, o movimento Abraço das Águas, amanhã, surge como uma forma de defender a Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), localizada em Planaltina, Distrito Federal. Ambientalistas, ciclistas, artistas e moradores se unem com o objetivo de defender a riqueza natural que os rodeia e protestar contra a degradação dentro e fora do espaço.
O ambientalista Marcelo Benini, 52 anos, é idealizador e coordenador dos Guardiães de Águas Emendadas (Gae), grupo responsável pela criação do projeto. Segundo ele, somente a união de toda a população do DF pode trazer a tona a importância da preservação de uma das maiores reservas naturais da capital do país.
Marcelo ressalta que problemas relacionados ao desmatamento, uso indevido de água, caça e pesca ilegais, animais domésticos dentro da estação e riscos de incêndio cresceram exponencialmente. Outro fator citado pelo ambientalista é o processo de urbanização que se desenha no entorno do parque. "Precisa haver mais fiscalização do poder público", reforça.
Ativismo
Adeilton Oliveira de Souza, 48, é professor de arte e ciclista há 10 anos, ele estará presente ao lado de outros colegas no movimento em defesa à Estação Ecológica. Juntos, todos farão uma volta de bicicleta no entorno do parque, uma distância de aproximadamente 42 quilômetros. "Vamos agregar o máximo de pessoas e mostrar que estamos aqui, de olho. O governo cuida, mas a gente fiscaliza", pondera.
A cantora e compositora Keilah Diniz, 71, é uma das ativistas ambientais que estarão no protesto. Mesmo morando no Guará, ela é frequentadora assídua da região e se desloca para aproveitar a beleza da natureza. "Considero fundamental a participação da sociedade em atos que chamem a atenção tanto dos órgãos públicos como da população em geral", ressalta.
"Eu vivo a proteção da natureza como uma missão de vida", diz Mayrla Silva, 24, comunicadora e estudante de educação ambiental. A jovem aprendeu com o pai, que é produtor rural, a necessidade de cuidar das riquezas naturais — não somente amanhã, mas todos os dias.
Riqueza ambiental
Thiago Ávila, socioambientalista e diretor do Instituto Bem Viver no Brasil destaca a relevância da nascente da reserva para o continente, uma vez que ela brota de uma vereda de 6 quilômetros de extensão e corre em direções opostas às águas de duas bacias hidrográficas: Tocantins/Araguaia e a bacia do Prata. "A estação ecológica possui, em seus mais de 10 mil hectares preservados, uma riqueza natural muito importante. Ela é lar de diversas espécies de mamíferos, alguns ameaçados de extinção, como a onça pintada, o lobo guará, o tamanduá, entre outros", descreve Thiago. A área também é foco de inúmeras pesquisas sobre o cerrado.
O outro lado
Por meio de nota, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), responsável pelos cuidados e fiscalização da área, afirmou ao Correio que tem desenvolvido ações para tentar prevenir incêndios florestais, além de monitorar constantemente o parque e evitar qualquer tipo de ato que prejudique a biodiversidade do local. O órgão ressaltou que a Esecae receberá mais de R$ 5 milhões por meio de compensação ambiental para investimentos em obras de melhoria, como a reforma do centro de visitação e da sede administrativa. Sobre as ocupações irregulares o Ibram disse que "o Supremo Tribunal Federal (ADPF 828) proibiu a derrubada de edificações consolidadas antes da pandemia até 31 de outubro deste ano".
Saiba Mais
*Estagiário sob a supervisão
de Márcia Machado
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Evento
9h: chegada
9 às 10h30: momento cultural: falas, performances e apresentações artísticas livres
10h30 às 11h: chegada dos ciclistas do 1º Pedal Abraço das Águas
11h às 11h30: abraço na Esecae
11h30 às 12h: dispersão e encerramento