Paco Britto faz convenção sem Ibaneis e adia decisão sobre apoio

O Avante deixou para a última hora a definição sobre manter ou não a coligação com o MDB pela reeleição do governador. Paco Britto está conversando com políticos de diferentes partidos

Ana Maria Campos

postado em 26/07/2022 05:58 / atualizado em 26/07/2022 06:00

Paco Britto com o presidente do PSC, Felipe Belmonte; Paula Belmonte (Cidadania-DF), José Roberto Arruda (PL) e Izalci Lucas (PSDB-DF) - (crédito: Avante/Divulgação)

Excluído da chapa à reeleição, o atual vice-governador Paco Britto promoveu, nessa segunda-feira (26/7), a convenção de seu partido, o Avante, sem uma decisão sobre onde seu grupo político estará em outubro. A legenda adotou uma fórmula muito usada quando há dúvidas sobre alianças políticas: a convenção delega o poder de decisão para a executiva regional do partido, que tem um prazo maior para tomar um rumo: 15 de agosto.

Paco disse ao Correio que, na condição de vice-governador, continuará leal a Ibaneis até 31 de dezembro. Mas, antes de escolher um aliado eleitoral, precisa analisar todas as composições e alianças a serem fechadas até o registro das candidaturas. "Na convenção do partido, o foco foi ouvir os pré-candidatos e preparar a nominata para que o Avante eleja dois distritais e, se possível, um federal. Sou vice-governador até 31 de dezembro deste ano. Continuarei com o governador Ibaneis Rocha a serviço do Distrito Federal neste governo Ibaneis e Paco Britto, que tantas obras fez no DF", afirmou o vice-governador.

Paco tem diálogo aberto com políticos de diversos partidos. Foi o que ficou claro nessa segunda-feira na convenção, realizada no Clube da Saúde. Estiveram na convenção o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), o ex-governador José Roberto Arruda (PL), as deputadas federais Flávia Arruda (PL-DF) e Paula Belmonte (Cidadania-DF), os presidentes regionais do União Brasil, Manoel Arruda, e do PSC, Felipe Belmonte, e o ex-deputado e ex-vice-governador Tadeu Filippelli.

Assim, o Avante tem possibilidade de se coligar com representantes das candidaturas de Ibaneis, Izalci, Paula Belmonte e do senador José Antônio Reguffe (União).

O próprio Ibaneis não esteve na convenção, o que despertou comentários entre os políticos. Em 2018, Ibaneis foi candidato ao governo numa coligação com o PP, o PPL, o PSC e o PSL. Desta vez, o governador vai para a reeleição com uma aliança mais ampla. Ele tem o MDB, PP, PL, PTB, Patriota e ainda negocia com outros partidos, como o Republicanos.

Durante meses, Ibaneis evitou tratar abertamente da discussão sobre quem ocuparia o cargo na chapa como vice. Paco só tomou conhecimento da escolha há duas semanas, quando Ibaneis anunciou, na sede nacional do PP, a chapa com a deputada federal Celina Leão (PP-DF), como vice, e a ex-ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos Damares Alves, como candidata ao Senado.

Na semana passada, um acordo entre Ibaneis, Celina, Arruda e Flávia Arruda excluiu Damares, que ficou na geladeira junto com Paco Britto. Em almoço em sua casa, o governador disse que os aliados e partidos não contemplados na chapa terão espaço no novo governo.