Da amêndoa do cacau ao chocolate. A premissa básica do modelo bean to bar (do grão à barra), que defende a produção chocolateira com cacau fino e artesanal, com grãos selecionados e sem adição de ingredientes artificiais, esteve estampada nas ruas de Ilhéus (BA) nos últimos dias. O 13º Chocolat Festival Internacional do Chocolate e Cacau tomou a cidade baiana entre quinta-feira (21/7) e domingo (24/7) e gerou mais de R$ 5 milhões em negócios diretos.
Mais de 40 mil pessoas passaram pelo Centro de Convenções de Ilhéus e apreciaram 120 expositores de cerca de 250 marcas. Entre elas, a LaBarr Chocolate de Origem representava o Distrito Federal, no maior evento de cacau e chocolate da América Latina. A marca brasiliense participou da feira como visitante em 2016 e 2017 e, em 2018, 2019 e 2022, integrou o time de expositores.
“Tem sido maravilhoso”, conta Leandro Isaias, proprietário da LaBarr, que conversou com o Correio durante o festival. “Com a participação, conseguimos unir a venda dos nossos produtos com as visitas às fazendas (produtoras de cacau) — inclusive nas dos nossos produtores parceiros. Assim, conseguimos acompanhar de perto a produção de nosso cacau”, avalia.
A marca é a primeira do quadradinho a produzir o chocolate de origem, no modelo bean to bar, livre de cacau commodity, usado pelas grandes empresas. A bandeira também prega o cultivo orgânico à sombra de árvores nativas da Mata Atlântica, não prejudicial ao meio ambiente, e o comércio justo, sem trabalho infantil ou mão-de-obra análoga à escravidão. O chocolate de origem não tem conservantes nem ingredientes artificiais e é feito artesanalmente.
Nascimento
A ideia da LaBarr surgiu após uma temporada de férias no Sul da Bahia, em janeiro de 2016. “Tivemos contato com o cacau e com diversos produtos feitos a partir da fruta, principalmente o chocolate artesanal. Voltamos para Brasília com a vontade de produzir nosso próprio chocolate. Após seis meses de muitos cursos e testes, a LaBarr foi lançada no mercado”, relembra Leandro. A marca completou seis anos em operação durante o Chocolat Festival, em 22 de julho.
Apesar da pouca idade, a LaBarr acumula dois prêmios nacionais e três reconhecimentos internacionais. A barra ao leite com nibs (pequenos pedaços da amêndoa de cacau seca e torrada) e flor de sal recebeu dois selos de bronze: em 2018, no NW Chocolate Festival de Seattle, e em 2019, no Academy de Londres. Em 2021, também na premiação inglesa, a barra 70% foi reconhecida com o bronze.
“Como fomos a primeira fábrica de chocolate bean to bar do DF, tivemos bastante dificuldade no início. Era novidade para quase todos, mas foi muito gratificante poder ensinar para os nossos clientes sobre o chocolate puro, sem adição de aromatizantes ou outros tipos de gorduras. Ainda há um longo caminho pela frente, mas temos bastante satisfação em fazer parte dessa história”, alegra-se o proprietário.
A LaBarr compra as amêndoas de cacau de fornecedores parceiros do Sul da Bahia e da região de Medicilândia (PA). “Após a colheita, fermentação e secagem do cacau, recebemos as amêndoas em nossa fábrica e damos início à produção de nosso chocolate. Fazemos a torra, quebra e descasque das amêndoas, refino, temperagem e moldagem, até as barras serem finalizadas”, conclui Leandro.
Evento
O 13º Chocolat Festival Internacional do Chocolate e Cacau ofereceu programação com palestras, debates, rodas de conversa, degustação e aulas de culinária, além da Feira dos Municípios, com peculiaridades da gastronomia e cultura de cidades do sul da Bahia, como Buerarema, Ibicuí, Ilhéus e Itacaré. A novidade desta edição contou com stands de novos derivados do cacau como nibs, cervejas, chás, cachaças e mel de cacau.
Realizado desde 2009, o Chocolat Festival é considerado o maior evento de chocolate de origem da América Latina e reúne toda a cadeia produtiva do cacau, desde o fruto até o produto final. São mais de 20 edições realizadas entre Bahia, Pará e São Paulo, levando diversas marcas de chocolate de origem, bean to bar (do grão à barra), premium e gourmet.
O festival, feito pela MVU Eventos, contou com apoio do Fundo de Cultura da Bahia, além do estado do Pará, da Prefeitura Municipal de Ilhéus, da Bahiagás, do Centro Internacional de Negócios da Bahia (CIN), da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), do Sebrae e do Sicoob Leste Capixaba.
O evento também teve apoio institucional da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Instituto Biofábrica, da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), da Castelli Escola de Chocolataria, da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil) e da Costa do Cacau Convention Bureau, entre outras instituições.
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Repórter viajou a convite da organização do evento
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