Com os cenários políticos se desenhando, partidos e federações iniciaram, neste domingo (24/7), a temporada de convenções para deliberar sobre a escolha de candidatos e candidatas que irão disputar as eleições de 2022, no Distrito Federal. As federações PT-PV-PCdoB e PSol-Rede homologaram as candidaturas do deputado distrital Leandro Grass (PV) e da conselheira tutelar Keka Bagno, respectivamente, ao Palácio do Buriti. Para esta segunda-feira (25/5), existe a expectativa de definições de apoios e candidaturas para deputado federal e distrital em pelo menos duas siglas.
No início da manhã de domingo, a Federação Brasil da Esperança no Distrito Federal, formada por PT, PV e PCdoB oficializou o nome de Leandro Grass como candidato ao GDF, com Olgamir Amancio (PCdoB) concorrendo a vice na chapa e Rosilene Corrêa (PT) ao Senado. Em um evento que durou pouco mais de duas horas, toda a cúpula dos partidos agradeceu a presença dos candidatos a deputados federais e distritais, e reforçou que um dos seus planos de governo é trabalhar em saúde, educação e assistência social.
"A gente quer a saúde perto da casa das pessoas, uma revolução na mobilidade, todo cidadão com uma renda mínima e pelo menos três refeições por dia, reforma agrária, política ambiental", listou. "Vamos tirar os policiais das escolas e colocar artistas, educadores ambientais. As crianças vão ser felizes na escola", concluiu.
No decorrer da convenção, que ocorreu no auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), Grass garantiu que o projeto da chapa encabeçada por ele seguirá as diretrizes das propostas do ex-presidente Lula, que concorrerá ao Palácio do Planalto. "Somos o projeto de Lula no Distrito Federal. O que ele quer para o país, é o que trazemos para a capital do país. O DF não pode ser o lugar em que dezenas de pessoas não comam porque não têm dinheiro para comprar comida", disse o candidato.
Foram definidos 25 candidatos a distrital e nove a federal, somados todos os nomes escolhidos. Conforme antecipado pela reportagem na última semana, a única indefinição da federação PT-PV-PCdoB são os nomes de suplência de Rosilene Corrêa. Internamente, existe a esperança de mais algum partido político entrar na chapa para as eleições de 2022. "Esse é um momento histórico que estamos construindo com muita união e sem dúvida vamos fazer a diferença na capital", disse o presidente da federação, Jacy Afonso.
PSol e Rede
A convenção da federação formada por PSol e Rede Sustentabilidade confirmou a candidatura da conselheira tutelar Keka Bagno (PSol) ao Palácio do Buriti, com Toni de Castro (PSol) a vice. Os nomes estavam decididos dentro da sigla há alguns dias, mas também confirmou a candidatura do ambientalista e dirigente nacional da Rede, Pedro Ivo, ao Senado. Para Keka, a intenção é formar uma bancada na Câmara Legislativa e vencer as eleições para o governo local. "Não temos mais tempo para esperar. Temos que tirar essa política 'velha', de corrupção, e trazer de volta a esperança e a alegria para a população", enfatizou.
Presidente da federação, o deputado Fábio Félix (PSol), esclareceu que os nomes definidos a deputados distritais e federais, além da própria chapa da federação, fazem parte do projeto que quer o Distrito Federal "menos injusto e desigual". "Nossa federação apresenta nomes capazes de enfrentar a extrema direita e de ajudar a construir um projeto menos injusto e desigual. Nossos projetos fazem frente ao que temos hoje, um governo voltado para o empresariado e que não contempla as necessidades da população", disse o deputado federal e candidato à reeleição Fábio Félix, ao Correio.
Ao todo, foram validados 24 candidatos a distrital e nove a federal, somados todos os nomes definidos. O registro da chapa e dos candidatos da federação PSol-Rede à Câmara Legislativa e Congresso Nacional deve ocorrer até amanhã, no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal. As federações, para essa eleição, são uma novidade. Agora, os partidos terão que atuar em conjunto durante toda a legislatura. Nas eleições anteriores, as coligações permitiram aliança apenas durante o período eleitoral.
PMN
Em convenção, neste domingo, o Partido da Mobilização Nacional oficializou os candidatos aos cargos de deputado federal e distrital pelo Distrito Federal. No decorrer do evento, o tenente-coronel Moreno, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), se colocou à disposição para ser o candidato ao Governo do Distrito Federal pela sigla. Segundo o presidente do PMN, Lucas Kontoyanis, o nome do oficial será colocado como uma das opções, e uma resposta sobre o tema deverá ocorrer nos próximos dias.
"Ele é um servidor da área da segurança, que segue a linha do militarismo que é muito forte. A convenção delegou ao presidente e à comitiva local para tomar a decisão, se apoiaremos candidatos, senadores, entre outros. Nos próximos dias esse assunto deve ser liquidado, e o PMN está aberto a outros partidos que desejam fazer coligação ou fazer parte conosco em alguma chapa", disse o presidente da sigla.
Novo e Avante
Para esta segunda-feira, estão previstas as convenções de dois partidos. Ainda com indefinições, o Novo fará o encontro e deverá deliberar o advogado Paulo Roque (Novo) como candidato ao Senado na chapa do senador José Antônio Reguffe (União). E o Avante, do atual vice-governador Paco Britto, também se reúne nesta segunda-feira. Com a decisão do governador Ibaneis Rocha (MDB) em escolher a deputada federal Celina Leão (PP) para vice, com chancela do presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, Paco, que é presidente regional do Avante no DF, deverá anunciar se manterá o apoio ao emebedista. O mais provável é que o vice-governador aguarde a conclusão de todas as negociações antes de bater o martelo, o que movimenta o cenário político de outros partidos.
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Calendário de convenções
Avante: 25 de julho — O partido do vice-governador Paco Britto deve delegar para a executiva regional a decisão sobre alianças. Como o Republicanos, o Avante ficou sem espaço na chapa de Ibaneis Rocha depois que a deputada Celina Leão (PP) foi definida como vice.
Novo: 25 de julho — Não deverá lançar candidato ao governo. O partido deve registrar o advogado Paulo Roque na disputa ao Senado. Ele pretende se aliar ao União Brasil para apoiar a candidatura do senador José Antônio Reguffe ao Palácio do Buriti.
Republicanos: 27 de julho — Depois que o presidente Jair Bolsonaro interveio na pré-candidatura da ex-ministra Damares Alves ao Senado, o partido está sem rumo. Deve confirmar as candidaturas a deputado federal e distrital e delegar à executiva regional a decisão na última hora, em 15 de agosto, sobre alianças e candidaturas próprias ao governo e Senado.
MDB-PP-PL-Patriota: 31 de julho — Os partidos da base do governador Ibaneis Rocha (MDB) devem realizar as convenções conjuntamente. A intenção é confirmar a candidatura de Ibaneis à reeleição, com a deputada federal Celina Leão (PP) como vice e a deputada Flavia Arruda (PL) na corrida ao Senado. Falta definir as suplências de Flávia.
PSB: 31 de julho — Deve confirmar a candidatura de Rafael Parente ao governo em chapa puro-sangue, com uma mulher ainda a definir como vice. O partido avalia não lançar candidato ao Senado.
Democracia Cristã: 31 de julho — O partido vai confirmar a candidatura de Lucas Salles ao governo e de Suelene Balduino como vice. Os dois são filiados ao Democracia Cristã. Falta definir a candidatura ao Senado.
Agir: 31 de julho — O partido deve confirmar o apoio à candidatura do governador Ibaneis Rocha à reeleição.
PDT: 31 de julho — O partido deve oficializar a candidatura da senadora Leila Barros (PDT) ao governo, com o ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle (PDT) como vice. Até o momento, o partido não conseguiu fechar nenhuma aliança partidária para as eleições. Por isso, deve lançar alguém do próprio partido para a corrida ao Senado.
Federação PSDB-Cidadania: 31 de julho — A federação ainda não tem uma definição oficial sobre candidaturas. O presidente do PSDB, senador Izalci Lucas, e a presidente do Cidadania, deputada Paula Belmonte, não se entendem. Izalci quer concorrer ao governo e Paula, ao Senado. Mas a federação decidiu que terá candidatura própria e Paula virou pré-candidata ao Buriti. Por enquanto, não há uma solução para o impasse. A tendência é de que Izalci seja o candidato ao GDF.
União Brasil: 3 de agosto — O partido deve confirmar a candidatura do senador José Antônio Reguffe (União) ao governo. Falta definir o restante da chapa. O presidente regional do União Brasil, Manoel Arruda, é um dos nomes cotados como vice.
PSC: 4 de agosto — Presidido no DF pelo advogado Felipe Belmonte, marido de Paula Belmonte, o partido apoiará o projeto da deputada federal do Cidadania.
PSD: 5 de agosto — Com o acordo de Ibaneis Rocha (MDB) e José Roberto Arruda (PL), o empresário Paulo Octávio, que pretende disputar o Senado, ficou sem espaço. Agora o partido precisa definir os rumos.
Podemos: 5 de agosto — O partido está fechado com a candidatura de José Antônio Reguffe ao governo e espera a oficialização do projeto pelo União Brasil.