Cada vez mais brasilienses estão trocando os carros por motos. Os motivos são diversos e vão desde o aumento nos preços dos combustíveis, valorização do automóvel zero e queda do poder de compra da população, além de alternativas de trabalho. Com isso, cresce o número de vendas de motocicletas no Distrito Federal.
Os dados do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) mostram que, somente nos primeiros cinco meses de 2022, o número de motocicletas registradas em Brasília cresceu 2,64% em relação ao ano anterior. Havia 233 mil veículos, agora, são 240 mil. Se comparado com 2020, o aumento é ainda maior: 18,8 mil motos a mais.
No ano passado, 3,7% — 46,2 mil pessoas — da população do DF utilizam moto para se locomover. O número é 29,8% maior do que o registrado no último levantamento — 35,5 mil —, feito em 2018. No que diz respeito à posse desse tipo de veículo, 33,6% dos brasilienses — 90,7 mil moradores — possui pelo menos uma moto. O aumento em relação ao último levantamento é de 23,9%, quando 73,1 mil tinham motocicleta. As informações são da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) feita em 2021 e divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
Há três elementos, na avaliação do Sindicato dos Motociclista Profissionais do DF (Sindmoto-DF), que influenciaram no crescimento da frota: o preço dos combustíveis, a facilidade de locomoção e o trabalho. "Esse dado vem aumentando desde a pandemia, quando muitas coisas que estavam proibidas de abrir migraram para o delivery, aumentando a demanda nesse setor, e muitas pessoas desempregadas passaram a investir em motos. Logo em seguida, tivemos preços exorbitantes da gasolina, o que influenciou muitas pessoas a optarem por moto ao invés do carro para economizar", explica Luiz Carlos Garcia Galvão, presidente do Sindmoto-DF.
A Associação dos Motoboys Autônomos e Entregadores do DF (Amae-DF) ressalta que, com a crise sanitária, houve aumento no número de profissionais que utilizam as motocicletas como ferramenta de trabalho. De 2019 para 2022, a alta foi de cerca de 50%. "Hoje, temos mais de 40 mil entregadores e motoboys que encontraram na moto uma forma de fazer renda, ainda mais com o desemprego. Durante a pandemia aumentou muito a demanda de pessoas dispostas a fazer esse serviço, já que as pessoas não saiam de casa", completa o presidente da Amae-DF, Alessandro da Conceição.
Alessandro considera que a oferta desses veículos não está sendo suficiente para atender a demanda. "Muitas pessoas relataram estar tendo dificuldade de conseguir moto zero. Em algumas concessionárias, as pessoas precisaram ficar numa lista de espera para comprar e depois em outra para esperar a moto chegar, não estava tendo a pronta entrega", relata.
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