A automedicação é perigosa e pode provocar danos à saúde. Ao CB.Saúde — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília — desta quinta-feira (21/7), Gilcilene Chaer, conselheira federal de farmácia pelo Distrito Federal, destacou os riscos que a prática causa ao cidadão. Em entrevista conduzida pela jornalista Carmen Souza, Gilcilene alerta que o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta, anualmente, cerca de R$ 60 bilhões para tratamento de pessoas que fizeram mau uso de insumos em decorrência da automedicação.
Segundo ela, quando há a aplicação de medicamentos sem a orientação médica o paciente pode estar mascarando uma doença maior. Por isso, além de buscar pelo farmacêutico, também é necessário recorrer à assistência de outro profissional de saúde, que possa prescrever e orientar o remédio correto. “Precisamos falar para as pessoas sobre os problemas que podem ser causados se elas se automedicarem”, destaca.
Descarte de remédios
Na medida em que o indivíduo compra determinados medicamentos para uso e a mercadoria acaba passando da data de validade ou até sobrando dentro de casa, Gilcilene comenta que, entre muitas pessoas, existe a prática de jogar esses remédios no lixo. No entanto, de acordo com ela, é possível que, se não houver como fazer a aplicação desses insumos, eles podem ser levados de volta para as farmácias.
“Lá, eles saberão como dar a destinação correta para os itens”, ressalta a conselheira federal. A comunidade ainda pode levar os fármacos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS), para que o descarte seja feito da maneira mais adequada. De acordo com Gilcilene, não é correto que ninguém realize a dispensa do material por conta própria.
Desabastecimento
Outro fator importante e que causa preocupação é a ausência de certos remédios no mercado brasileiro em consequência do desabastecimento, um cenário encontrado tanto nas farmácias quanto nos hospitais. A crise causada pela pandemia foi um dos motivos para a grande falta de alguns insumos, na avaliação de Gilcilene.
“Infelizmente o Brasil só produz 5% desses remédios farmacêuticos. Temos uma dependência enorme do exterior”, aponta. Grande parte dos insumos, segundo ela, são obtidos na China. O lockdown e o fechamento do mercado, além da falta de produção em outros países, provocaram um apagão na indústria farmacêutica brasileira. A ausência de itens como soro fisiológico e dipirona injetável despertam preocupação e olhar atento para o que Gilcilene descreve como "grave problema de saúde”.
* Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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