No mesmo dia em que as pré-candidaturas de Ibaneis Rocha (MDB) e José Roberto Arruda (PL) — ambos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro — se unificaram em uma chapa, a federação PSDB-Cidadania ficou com dois nomes para concorrer ao Palácio do Buriti. A reunião dos representantes nacionais dos dois partidos terminou com um entendimento de que o grupo deveria lançar um nome próprio, sem apoiar outras legendas. O que não era esperado entre os tucanos, que defendiam a permanência do senador Izalci Lucas (PSDB) na briga, seria o anúncio da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania) como concorrente.
Endosso correligionário
Ontem, Paula Belmonte divulgou que pleiteará a chefia do Executivo local, com apoio do presidente nacional do Cidadania e vice-presidente da aliança, Roberto Freire. "Aceitei com muita responsabilidade e seriedade a decisão da federação PSDB-Cidadania de me lançar como pré-candidata ao Governo do Distrito Federal. Estou compromissada com uma política mais justa, renovada e transparente", escreveu.
Sem comentários
Fontes ligadas ao tucano deram a entender que a notícia gerou mal-estar e afirmaram que o acordo era de que os dois conversariam para chegar a um meio-termo. Izalci não comentou o anúncio de Paula, mas respondeu: "A federação decidiu lançar uma candidatura própria, o que é um movimento importante para a indicação do meu nome, porque sempre fui contra a ideia de apoiar outra candidatura ao governo". Apesar disso, até o fim do período de convenções partidárias, em agosto, mais mudanças devem vir.
Eleitorado em transição?
A pesquisa do Instituto Quaest, encomendada pelo grupo Diários Associados e divulgada no último fim de semana, permitiu comparar a preferência atual do eleitorado brasiliense em relação às escolhas do pleito anterior. No levantamento mais recente, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) apareceram tecnicamente empatados nas intenções de voto, assim como Ibaneis Rocha (MDB) e José Roberto Arruda (PL). Já no primeiro turno de 2018, Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT), respectivamente, lideraram em 18 das 19 zonas eleitorais do DF. No caso dos candidatos ao Executivo local, a briga ficou mais acirrada, com Ibaneis e Rodrigo Rollemberg (PSB) alternados na liderança da maioria delas (10). Nas nove demais, o governador eleito disputou a dianteira com Rogério Rosso (PSD).
Gregos e troianos
Um setor do PT no Distrito Federal ainda se mostra reticente quanto à pré-candidatura de Rosilene Corrêa ao Senado. A preocupação teria relação com a comunicação, os discursos e o desempenho da diretora do Sindicato dos Professores nas pesquisas de intenção de voto. Por trás disso, haveria o interesse em colocar Geraldo Magela como substituto. Outra ala, porém, está firme com a educadora e acredita que ela se adaptará ao ritmo eleitoral.
Consenso
Até a definição de qual dos dois representaria o PT na corrida ao Palácio do Buriti nestas eleições, houve uma longa novela no diretório regional, posteriormente levada ao comando nacional. O assunto restou pacificado depois de a federação PT-PV-PCdoB decidir por Leandro Grass (PV) como postulante ao governo local. Rosilene entrou na disputa para o Senado, e Magela foi escolhido para coordenar a campanha de Lula na capital do país.
Federação oficializada
Integrantes do PSol e da Rede oficializam hoje o lançamento da federação dos partidos no Distrito Federal. O encontro será na Câmara Legislativa e terá participação da militância e de pré-candidatos das siglas, como Keka Bagno, para o governo; o distrital Fábio Felix, que tentará a reeleição; Pedro Ivo, dirigente nacional da Rede e postulante ao Senado; Max Maciel, que disputará uma vaga na Câmara Legislativa; e Fátima Sousa, nome escolhido para concorrer à Câmara dos Deputados.
Atualização de dados
Após publicação da cifra bilionária referente ao contrato de aluguel da nova sede da Secretaria de Educação, ontem, o Portal da Transparência do Distrito Federal, onde constava a informação, atualizou o dado. O valor correto é R$ 61.783.055,40. A coluna pediu posicionamento sobre a revisão ao GDF, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
A pergunta que não quer calar
O que ainda falta para que seja interrompida a escalada antidemocrática em curso no país?
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