Não é novidade que a pré-candidatura da senadora Leila Barros (PDT-DF) ao Governo do Distrito Federal era dada como certa. Ontem, a parlamentar se apresentou na disputa com uma publicação nas mídias sociais. Em um vídeo no qual convida os eleitores a entrar no "time" para "virar o jogo em prol de um Distrito Federal melhor", ela destaca a atuação em três frentes: nos esportes, na administração pública e na política. Falta definir, porém, quem a acompanhará como vice nesse caminho.
Quase lá
Correligionário de Leila, o ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle (PDT) é o principal cotado para a vaga. Porém, uma segunda opção pode colocar em risco essa composição. Isso porque a senadora tem avaliado outra possibilidade, mas o nome permanece sob sigilo, para não atrapalhar as articulações. A pessoas próximas, ela disse acreditar muito em Joe, mas mencionou que o vice está "quase definido", o que seria um sinal de haver mais alguém no páreo.
Anúncio na convenção
Nascida em Taguatinga e primeira senadora eleita pelo DF, Leila tem mais quatro anos de mandato garantido no Congresso Nacional. No pleito de 2018, ela ficou em primeiro na disputa pelas duas cadeiras vagas no Senado, à época. Para o Buriti, a ex-atleta defende uma campanha "limpa e respeitosa com os adversários". "Tenho certeza de que mostraremos à população que somos a melhor opção para devolver a dignidade ao brasiliense", disse à coluna. Caso a informação não seja ventilada antes, o anúncio do vice ficará para a convenção distrital do PDT, marcada para o próximo dia 31.
Muita água para rolar
O desenho do cenário eleitoral na capital do país assume contornos ainda instáveis, e três fatores têm potencial para virar o jogo no tabuleiro político local. O primeiro deles é a temporada de convenções partidárias, quando os integrantes das legendas escolherão os representantes que concorrerão aos cargos pelas siglas. O prazo começa na quarta-feira e vai até 5 de agosto. O segundo será um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode tornar José Roberto Arruda (PL) elegível, no próximo dia 3. Por fim, 15 de agosto selará a data-limite para registro das candidaturas. No dia seguinte, daqui a um mês, terá início o período de propaganda eleitoral. Até lá, portanto, tudo pode acontecer.
Dois palanques?
A decisão do STF sobre a aplicação retroativa da Lei de Improbidade Administrativa impactará diversos políticos condenados pela prática. Se o resultado do julgamento for favorável a José Roberto Arruda e ele decidir concorrer ao Palácio do Buriti, Jair Bolsonaro (PL) poderá contar com dois palanques no Distrito Federal. Apesar de o presidente da República não ter Ibaneis Rocha (MDB) como candidato, o atual governador fechou chapa com a ex-ministra Damares Alves (Republicanos) na concorrência ao Senado e tem apoio do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). Se Arruda também disputar, o correligionário Jair Bolsonaro contará com mais um aliado capaz de atrair eleitores.
Estratégias a definir
Com essas possibilidades no horizonte, os partidos de esquerda e centro-esquerda terão de se articular para garantir a chegada ao segundo turno. Contudo, mantidas as atuais configurações do panorama eleitoral, com crescimento de Lula (PT) nas pesquisas de intenção de voto e da rejeição ao governo Bolsonaro, as legendas terão mais musculatura para disputar a corrida ao Palácio do Buriti contra dois eventuais cabos eleitorais do atual presidente da República.
Objetivos comuns
Nesta semana, momentos no evento de passagem de Lula por Brasília levaram dois postulantes ao governo distrital a criticar a organização do ato. Keka Bagno (PSol) e Rafael Parente (PSB) alegaram não poder falar como pré-candidatos e terem dificuldades para participar das conversas com o ex-presidente. Para Rafael, a situação envolveu desrespeito; para Keka, afronta e constrangimento. Ainda assim, o clima de desconforto não prevaleceu. Entre participantes ouvidos pela coluna, restou o entendimento de que os nomes da esquerda no DF não devem alavancar disputas entre si, e, sim, contra os governos de Ibaneis e Bolsonaro.
Surpresas desagradáveis
O anúncio da chapa de Ibaneis Rocha veio como um banho de água fria para aliados, mesmo com a promessa de que, se reeleito, o atual chefe do Palácio do Buriti incluirá algumas figuras próximas na equipe. O vice-governador Paco Britto (Avante), por exemplo, era um dos possíveis candidatos a continuar na função, principalmente pela lealdade ao cabeça de chapa. Porém, foi trocado por Celina Leão (PP). O PSD, que também tinha laços próximos com o emedebista, acabou de fora da composição.
Recalculando rota
Presidente do Avante no Distrito Federal, Paco não definiu os próximos passos. Encontra-se em momento de "reflexão", ouvindo a família, lideranças e no aguardo dos encaminhamentos que resultarão da convenção partidária. Já o PSD continua a receber nomes de "líderes de diversas siglas" para compor a chapa das eleições e com o presidente da legenda no DF, Paulo Octávio, como pré-candidato ao Senado.
Zero a zero
A reunião do conselho regional do PSDB-Cidadania, ontem, terminou sem acordo quanto à formação de chapa da federação no DF. A definição, agora, fica para terça-feira, no encontro da Executiva nacional, que definirá os destinos do senador Izalci Lucas (PSDB) e da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania). Integrada majoritariamente por tucanos — 15, contra quatro do Cidadania —, a última instância tem chance de dar vitória a Izalci. Contudo, a composição local tem maioria do Cidadania, o que tende a transformar a briga em um regional versus nacional.
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