Investigação

Loja aplicava golpe do financiamento

Acusados anunciavam veículos e prometiam facilitar crédito após pagamento de uma entrada. Segundo a PCDF, um dos proprietários foi preso em flagrante e outro está foragido

Renata Nagashima
postado em 16/07/2022 00:01
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

Uma loja de carros foi alvo de investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por aplicar o golpe do financiamento, em Taguatinga. Grupo criminoso agia com anúncios falsos e promessas de vantagens no financiamento dos veículos em condições vantajosas para o consumidor por meio de uma alta taxa de aprovação.

Policiais da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) cumpriram dois mandados de prisão e busca e apreensão na loja Crédito Veículos, na QND 55, em Taguatinga, na quinta-feira. Os proprietários vinham sendo investigados por estelionato. Um teve prisão preventiva decretada, e o outro está foragido. Além dos responsáveis pela loja, mais três funcionários foram detidos em flagrante.

A empresa tinha cerca de 150 funcionários e funcionava com divisão de tarefas. Algumas pessoas eram responsáveis por procurar anúncios de carros na internet e fazer outros falsos. Um outro grupo era responsável por atender as vítimas e fazer o convencimento. Existia também o gerente e os subgerentes, que fechavam os contratos. "No fim, não tinha financiamento nenhum, e o cliente saia no prejuízo", explicou a delegada responsável pelo caso, Elizabeth Frade.

Durante as negociações, a empresa informava ao comprador que era preciso aumentar a pontuação no score — modelo construído pelo Centro de Serviços dos Bancos (Serasa) para calcular o currículo financeiro de uma pessoa e o perfil adequado ao crédito. Eles, então, exigiam o pagamento de uma entrada para adquirir mais pontos e assim conseguir o financiamento. Após a assinatura do contrato e o pagamento da taxa, a empresa não cumpria o acordo. "Eles sempre enrolavam. Iam dando desculpas e mais desculpas, que ainda não tinha sido aprovado, pediam mais prazo ou falavam que realmente não saiu. Eles sempre usavam desse artifício e depois diziam para a vítima que o valor que ela pagou era na verdade uma taxa pela prestação de serviço deles", completou a investigadora.

Foram apreendidos durante a operação diversas máquinas de cartão, celulares, notebooks e uma quantidade expressiva de dinheiro em espécie. Os responsáveis vão responder por organização criminosa e também por estelionato.

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