A pandemia trouxe muitos desafios para a rotina e estilo de vida das pessoas. Ela também mudou a maneira de empreender e foi um dos desafios encontrados no ambiente de negócios. Com isso em mente, o Sebrae-DF já estava pensando em maneiras para trabalhar a educação empreendedora no período, em especial com crianças e jovens. Este foi um dos temas abordados por Valdir Oliveira, superintendente do Sebrae/DF, durante entrevista ao programa CB.Poder — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília — nesta sexta-feira (15/7).
"A nossa aposta é na nova geração", garantiu Valdir ao jornalista Roberto Fonseca. Ele explicou que o órgão já tinha uma parceria com a Secretaria de Educação antes mesmo da pandemia e que, juntos, decidiram investir nessa pauta para despertar o interesse empreendedor nas crianças e adolescentes das escolas públicas do Distrito Federal.
"Algumas teses mostram que nós nascemos empreendedores, todos nós. Só que, na nossa formação, esse comportamento empreendedor é muito tolhido", pontuou Vladir. Ele exemplifica usando o ponto de vista de crianças, que tentam explorar quando pequenas — seja ao engatinhar ou escalar objetos — e que sempre há alguém dizendo que elas podem se machucar ou, então, para não fazer certas coisas. Com isso, essa vocação empreendedora vai ficando adormecida. "O que precisamos fazer é o despertar dessa vocação", esclareceu.
"No nosso programa de educação empreendedora, a gente trabalha com crianças do primeiro grau (ensino fundamental), a gente trabalha com o segundo grau (ensino médio) e a gente também tem uma participação nas universidades. E nós trabalhamos o empreendedorismo com esses jovens e essas crianças por meio dos nossos professores que são os grandes parceiros e grandes responsáveis pela formação", ressaltou. Segundo Valdir, não há idade mínima para o despertar empreendedor, que pode ser iniciado ainda na alfabetização.
Ele citou, como exemplo, os projetos que colocam as crianças à frente de propostas empreendedoras em feiras, em que elas vendem determinados produtos. "É muito bacana ver que eles mesmo dividem suas atividades e tarefas (...) e sabe o que é melhor? Elas mesmas decidem o que vão fazer com o dinheiro. Algumas resolvem doar, outras resolvem viajar, outras resolvem fazer uma atividade extra. O dinheiro que eles arrecadam com a venda destes produtos eles mesmos decidem", lembrou.
Valdir Oliveira ressaltou também que, na pandemia, eles alavancaram esse trabalho, justamente porque as crianças estavam em casa e eles precisavam atuar com força em canais digitais. A gamificação foi um dos focos utilizados. "Nós tivemos eventos em que participaram 12, 20 mil crianças aqui do Distrito Federal com jogos e gamificação no despertar do empreendedorismo."
Com essas iniciativas, Valdir destacou que só em 2021 eles atenderam cerca de 170 mil crianças das escolas públicas do DF e que, nos últimos três anos, o número é maior do que toda história da educação empreendedora do Sebrae do Distrito Federal. “A nossa diretoria fez uma prioridade à educação porque a gente queria preparar a próxima geração e com a pandemia nós decidimos nos dedicar ainda mais, porque era um momento importante de reflexão", acrescentou também.
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Nova geração e o pensar “fora da casinha”
Valdir abordou também a questão da diferença de navegação e adaptação a inovações entre a antiga e a nova geração. Segundo ele, a virada de chave ocorreu na pandemia, em que navegar e usar novas tecnologias foram integrados à rotina. No entanto, para a nova geração — que é o foco de formação do Sebrae —, isso já era uma realidade.
"Essa nova geração está chegando e nós estamos preparando para empreender. É uma geração que já vive nessa realidade, então, é um recado para os nossos empreendedores que estão muito presos a um modelo anterior de negócios. Eles vão ter que mudar porque se não mudarem essa geração de consumo daqui a 5 anos, 10 anos, ela pode mudar a realidade", salientou.
O superintendente do Sebrae-DF antecipa ainda que, no mercado e no empreendedorismo atual, a chave é estar sempre antenado, uma vez que tudo anda muito rápido. "Um bom empreendedor é aquele que não descansa um segundo, ele está na cama e tá tendo ideia. É assim que ele tem que fazer para se ajustar à nova realidade", concluiu.
A entrevista na íntegra você confere abaixo:
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