Uma loja de carros foi alvo de investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por aplicar o golpe do financiamento, em Taguatinga. Grupo criminoso agia com anúncios falsos e promessa de vantagens no financiamento dos veículos em condições vantajosas para o consumidor por meio de uma alta taxa de aprovação.
Policiais da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) cumpriram dois mandados de prisão e busca e apreensão na loja Crédito Veículos, na QND 55, em Taguatinga. Os proprietários vinham sendo investigados por estelionato, um teve prisão preventiva decretada e outro está foragido. Além dos responsáveis pela loja, mais três funcionários foram presos em flagrante.
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"Esses dois vendedores, no momento que a gente chegou lá, eles estavam atendendo a duas vítimas, inclusive eles estavam vendendo o mesmo veículo para essas duas vítimas, uma mesa em frente à outra. No momento em que estavam praticando crime foi realizado o flagrante de estelionato. Os outros funcionários serão indiciados também, tanto por estelionato quanto pela organização criminosa. A gente ainda vai verificar qual é o grau de envolvimento de cada um deles, mas todos ali sabiam da ilicitude”, disse ao Correio a delegada responsável pelo caso, Elizabeth Frade.
A empresa tinha cerca de 150 funcionários e funcionava com divisão de tarefas. Algumas pessoas eram responsáveis por procurar anúncios de carros na internet e fazer outros falsos. Um outro grupo era responsável por atender as vítimas e fazer o convencimento. Existia também o gerente e os subgerentes, que fechavam os contratos. “No fim não tinha financiamento nenhum e o cliente saia no prejuízo”, explicou a delegada.
Durante as negociações, a empresa informava ao comprador que era preciso aumentar a pontuação no score — modelo construído pelo Centro de Serviços dos Bancos (Serasa) para calcular o currículo financeiro de uma pessoa e o seu perfil adequado ao crédito — e exigiam o pagamento de uma entrada para adquirir mais pontos e assim conseguir o financiamento. Após a assinatura do contrato e o pagamento da taxa, a empresa não cumpria o acordo de favorecer o aumento do score.
"Eles sempre enrolavam. Iam dando desculpas e mais desculpas, que ainda não tinha sido aprovado, pediam mais prazo ou falavam que realmente não saiu. Eles sempre usavam desse artifício e depois diziam para a vítima que o valor que ela pagou era na verdade uma taxa pela prestação de serviço deles, que não seria a entrada desse financiamento. Então eles se escondiam atrás de uma suposta prestação de serviço só que não existia e não restituiu o dinheiro para nenhuma das vítimas”, completou a investigadora.
Foram apreendidos durante a operação diversas máquinas de cartão, celulares, notebooks e uma quantidade expressiva de dinheiro em espécie. Os responsáveis vão responder por organização criminosa e também por estelionato.
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