Vacinem as crianças!

Correio Braziliense
postado em 15/07/2022 00:01

Fui a festas julinas em duas escolas públicas das cidades da periferia no fim de semana e fiquei assustado. Não imaginava que fosse encontrar tamanha aglomeração de crianças, professores, pais e outros familiares. Como sempre, desde que foi retirada a obrigatoriedade de máscaras, a situação virou uma bagunça: alguns usam o equipamento de proteção, outros não.

É como se já tivéssemos superado a pandemia por decreto. Claro que, com o avanço da vacinação, a situação melhorou muito. Mesmo assim, não se justifica a retirada de todos os equipamentos de proteção. O ambiente de aglomeração é ideal para o contágio pela covid. A leviandade das excelências na gestão da pandemia é responsável pela desmobilização e desproteção das pessoas. Isso criou a falsa sensação de segurança.

Mas reconheço que a alegria das crianças para dançar as músicas de São João é comovente. Parecem estar sempre de prontidão para a festa. A educação deveria ser, em si mesma, uma festa do conhecimento, da experimentação e da revelação do que há de melhor em cada criança.

Enquanto isso, matéria do caderno Cidades mostra que as emergências pediátricas dos hospitais estão lotadas. Segundo o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal, no DF, há 206 mil crianças de 0 a 4 anos e 11 meses, para as quais não há vacina contra a covid. Na verdade, na quarta-feira, a Anvisa liberou a coronavac para crianças a partir de 3 anos, mas a vacina ainda não estará disponível no DF.

A preocupação não atinge somente essa faixa de idade, mas, também, as de 5 a 11 anos e 11 meses, formam um contingente de 268 mil crianças aptas à vacinação. Dessas, 171,6 mil (64%) tomaram a primeira dose e 104, 2 mil (38,8%). Com certeza, muitas delas estão nas escolas, sob risco, uma vez que a máscara não é obrigatória e os cuidados foram abandonados.

A reportagem de Cidades flagrou vários pais que fazem uma peregrinação por hospitais de várias regiões administrativas em busca de emergência pediátrica, sem conseguir vaga. Se faltam tantas crianças para serem imunizadas, a providência mais simples e óbvia seria a Secretaria de Saúde do DF promover um mutirão para vacinação em massa nas escolas.

Inclusive com esclarecimento em face das campanhas obscurantistas antivacinas, ainda impunes, que podem ter efeitos graves na saúde e no desenvolvimento das crianças. A Coronavac para crianças a partir de 3 anos está disponível. O Rio de Janeiro começa a vacinação amanhã. O que a capital do país está esperando?

Vamos vacinar as nossas crianças nas escolas. Quem não completa o ciclo vacinal corre o risco de ficar vulnerável ou de permitir o surgimento de novas mutações do vírus. Vamos proteger nossas crianças com vacinação em massa.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação