Morreu nesta terça-feira (12/7), o colunista social, radialista e apresentador, João Gilberto Amaral Soares. Ele tinha 87 anos e estava internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital DF Star, na Asa Sul, após sofrer uma queda em casa. Com uma piora do quadro de saúde, o jornalista não resistiu.
Gilberto Amaral completaria 88 anos no próximo domingo (17/7). Ele deixa a esposa, Mara Amaral, com quem foi casado por 63 anos, além de três filhos — Bernadette, Rodrigo e Marcelo —, seis netos e um bisneto. O velório dele está marcado para esta quarta-feira (13/7), às 13h30, na Capela 10 do cemitério Campo da Esperança. O sepultamento será às 16h.
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Mineiro de São Sebastião do Paraíso e amigo pessoal de Juscelino Kubitschek — o ex-presidente foi padrinho do casamento de Gilberto e Mara —, o colunista chegou a Brasília antes da inauguração da cidade, convocado pelo então presidente para integrar o grupo de trabalho que cuidaria da transferência da sede do governo federal. Nos primeiros anos da atual capital do país, o jornalista ficou responsável por entregar as chaves dos apartamentos funcionais para os servidores públicos que se mudaram para o Planalto Central.
Desde menino, brincava com os microfones da rádio do pai, José Soares Amaral, na cidade natal e, antes de morar em Brasília, tornou-se cronista reconhecido em Belo Horizonte. Assinou coluna diária no Correio, de 3 de novembro de 1975 a 5 de agosto de 2001, e integrou a equipe da TV Brasília, também do grupo Diários Associados.
A proeminência de Gilberto nos bastidores de Brasília se constatava pela proximidade do jornalista com a maioria dos presidentes da República, desde ditadores militares até civis, além de JK, Fernando Collor de Mello e José Sarney. "Personalidade singular, inteligência rara e grande figura humana. Perco um amigo estreito, um companheiro leal, correto e de virtudes morais e intelectuais invejáveis. Seu desaparecimento é uma grande perda para a sociedade de Brasília", lamentou Sarney.
Em entrevista ao jornalista Irlam Rocha Lima, publicada em junho de 1990 no Correio, o colunista revelou ser uma das primeiras pessoas a saber que o ex-presidente Tancredo Neves não tomaria posse. À época, admitiu se arrepender de não ter dado a notícia em primeira mão pelo jornal.
A titular da coluna 360 Graus, no Correio, Jane Godoy se despede do colega: "Numa linda tarde de julho, ao por do sol, nos chega a triste e surpreendente notícia da passagem do colunista Gilberto Amaral. Muito triste! Resta-me enviar à Mara, Rodrigo, Bernadete, Marcelo e netos, o nosso abraço cheio de solidariedade e tristeza. Ainda fragilizada por esse triste episódio que se abateu sobre nós, em 2021, envio à família de Gilberto as minhas condolências, pedindo ao Pai que fortaleça sua família e reserve para ele, homem de fé, lutador como foi, o melhor dos lugares na eternidade. Que Deus o receba na sua Santa Glória!"
Os filhos não escondem a emoção ao homenagear o pai: "Apaixonado por Brasília, pela família, pelos amigos e pelo Palmeiras. A trajetória no mundo da comunicação sempre foi o orgulho dele. Eu me sinto honrado por tudo que ele fez", emocionou-se o caçula, Marcelo.
Rodrigo, filho do meio, compartilhou do mesmo sentimento de carinho. "Excelente pai, marido, avô e bisavô. (Viveu) uma vida focada no amor e na caridade, ajudou muita gente e foi um dos responsáveis pela mudança da capital para Brasília. Foi um jornalista exemplar, que só soube falar bem das pessoas. Quando era para falar mal, preferia não falar", elogiou.
Irmão de Gilberto, Pedro Rogério destacou a caminhada profissional do jornalista. "Era um homem forjado no trabalho e respirou a poeira do cerrado quando nascia a nova capital, da qual se tornaria narrador e personagem. Jamais abandonou a mineiridade, mas, de corpo inteiro, foi um cidadão do mundo", completou.
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