Berço de grandes bandas como Legião Urbana e Plebe Rude, Brasília conquistou o título de capital do rock. Hoje, no Dia Mundial do Rock, a Rota Brasília Capital do Rock, que mapeia os principais locais que fazem parte da história do movimento no Distrito Federal, completa um ano, materializando a importância da cidade na cena, que é um verdadeiro celeiro de novos talentos do estilo musical.
"Brasília foi, é e sempre será a capital do rock", afirma Múcio Botelho, vocalista da Lupa, uma das principais bandas de rock alternativo da cidade. "Nós temos o privilégio de poder rodar esse país com a Lupa, e sempre que as pessoas descobrem que somos de Brasília, elas abrem um sorriso de canto a canto. Não existe lugar neste país que consiga tirar esse título da gente", brinca.
O cantor, que viveu o auge de bandas como Capital Inicial e Raimundos, acredita que os brasilienses se conectam ao rock logo ao nascimento. "Desde pequeno, a gente cresce no meio dessa mistura de arte e política. Está nos nossos ossos, no nosso sangue. É a vocação do povo daqui", avalia Múcio Botelho. "O rock gringo me fez querer ser famoso. O rock de Brasília me fez querer ser revolucionário", declara.
Cena fervente
O patrimônio deixado pelos artistas da década de 1980 é inegável, porém a capital não vive só do passado. "Hoje, a gente está levando o rock para quem não aguenta mais ouvir que Brasília só foi incrível nos anos 1980. Essa cidade está mais viva do que nunca e não pode se contentar em ser um museu. Tem uma geração inteira de artistas daqui que está conquistando o Brasil", garante o vocalista da Lupa . "O rock nunca foi tão pop quanto é hoje. Pela primeira vez em muito tempo, estamos vendo o rock voltando para o topo das listas do mundo. Nos Estados Unidos, na Europa e até mesmo, aqui, no Brasil, a maioria dos artistas pop estão lançando músicas de rock", complementa.
Baixista das bandas Dennehy e Escolta, João Pedro Rinehart, conhecido como Cookie, aposta no cenário atual do gênero. "Vemos artistas engajados aparecendo, mais e mais festivais que valorizam profissionais novos, além dos já conceituados. Quem sabe o melhor ainda não esteja por vir?", indaga o músico.
Além da evolução do movimento em Brasília, Cookie acredita que o gênero tem se tornado ainda mais essencial para o Brasil. "Sinto que, com tudo que tem acontecido no nosso país nesses últimos anos, os artistas se fazem cada vez mais necessários, e o rock vem dessa visão de protesto", pondera.
Para Rodrigo Karashima, guitarrista dos Let It Beatles, um dos mais conhecidos covers do famoso quarteto de Liverpool, o estilo sempre será relevante, independentemente da indústria musical. "O rock pode não estar mais na cena mainstream, mas ele nunca vai perder fãs", garante Rodrigo. "O rock continua se comunicando com os jovens que gostam de rock, que podem não ser a maioria, mas continuam aí, e quem gosta, acha muita coisa boa. O rock nunca vai morrer, isso é certeza", finaliza.
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