Após o retorno das aulas presenciais na Universidade de Brasília (UnB), duas mulheres denunciaram violência sexual no câmpus Darcy Ribeiro. Em razão dos fatos, o coletivo feminino Juntas! convocou uma manifestação para reivindicar mais segurança e repudiar toda e qualquer forma de violência. O ato vai ocorrer nesta segunda-feira (11/7), às 12h, em frente ao Instituto Central de Ciências (ICC Norte), popularmente conhecido como Ceubinho.
Após denúncia de estupro ter vindo à tona na sexta-feira, o coletivo divulgou um chamamento nas redes sociais convocando os alunos a comparecer. A manifestação foi marcada no sábado e diversos centros acadêmicos se posicionaram a favor do ato. O texto publicado na página ressalta a indignação e insatisfação do grupo em relação aos últimos crimes que aconteceram na UnB.
"Infelizmente, após o retorno presencial na UnB estão sendo recorrentes os casos de assédio e violência contra as mulheres. Não aguentamos mais! Pela vida das mulheres e contra a violência no campus!", explicou o texto. Em posicionamento, o coletivo Juntas! declarou, ainda, que o Movimento Estudantil e o Movimento Feminista precisam lutar por "segurança, iluminação e uma universidade que seja pensada para as mulheres em todos os seus trajetos".
Presidente da Atlética Épica e estudante do curso de letras, Thallyson Freitas, 25 anos, afirmou que o grupo vai apoiar e comparecer a manifestação, pois o curso de letras é formado majoritariamente pelo público feminino, e que elas precisam andar seguras no campus. "A gente sabe que esse não foi o primeiro e nem o último caso. Se as nossas estudantes não estiverem com o mínimo de segurança, elas não conseguem ir e vir ao campus, e isso é inaceitável", disse Thallyson.
O caso
Uma estudante de 18 anos denunciou que foi estuprada no câmpus Darcy Ribeiro na última sexta-feira, por volta das 19h. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a jovem procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), registrou ocorrência e foi submetida a todos os procedimentos legais e protocolos de saúde estabelecidos em programa e atendimento emergencial às vítimas de estupro.
Após sair do Restaurante Universitário (RU) e caminhar em direção a Faculdade de Educação (FE), a aluna afirma que foi abordada por um homem que portava faca, e neste momento, foi obrigada a ter relações sexuais. Após o crime, a vítima procurou um professor e pediu ajuda do docente, que a encaminhou para uma sala e chamou outra mulher para ajudá-la.
Os docentes entraram em contato com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e acionaram os seguranças da instituição, com objetivo de iniciarem as buscas pelo suposto criminoso. No sábado, a Universidade de Brasília enviou para a Deam, as imagens das câmeras de segurança.
Depoimento
Após a entrega das imagens, a Universidade de Brasília foi procurada, no sábado, por um homem que se identificou como sendo o acusado de estupro. Encaminhado para a Deam a fim de prestar depoimento, o homem relatou que o ato sexual foi consentido e que a sua versão diverge da denúncia feita pela estudante.
Em nota, a UnB disse que a Prefeitura da instituição entregou para a Polícia Civil imagens da noite de sexta-feira captadas pelo seu sistema de videomonitoramento, também no sábado, e que as imagens mostram a estudante saindo do Restaurante Universitário acompanhada por um homem que corresponde às descrições feitas por ela. As investigações seguem a cargo da delegacia especializada e até o momento ninguém foi preso.
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