Embalados por músicas animadas e roupas com as cores do arco-íris, os brasilienses foram, na tarde de ontem, celebrar toda a forma de amor na 23ª Edição da Parada do Orgulho LGBTQIAP+. O evento, que ficou dois anos suspenso, em razão da covid-19, reuniu mais de 100 mil pessoas — de acordo com a organização — embaladas por cinco trios elétricos. A concentração foi em frente ao Congresso Nacional, na área central de Brasília. O tema este ano foi "Nossos 122 direitos: Conhecer, Efetivar, Defender".
Drag queen há oito anos, a produtora cultural Mary Gambiarra afirmou que, de fato, é um orgulho estar na parada depois do período de isolamento. "Fomos obrigadas a ter que "voltar para o armário", mas nós saímos e para lá não voltaremos. Nós estamos na rua agora para reafirmar nossos direitos", disse a artista do DF,l enquanto posava para fotos com os participantes. "Nós sabemos que existe uma dicotomia muito grande entre os direitos assegurados no Legislativo e no Judiciário e de fato a execução dessas leis na vida das pessoas. O que a gente quer é enfrentar toda forma de preconceito", destacou Mary ao avaliar o tema da edição deste ano.
Vindas de Formosa (GO), a maquiadora Darlene Freitas, 28, e a videomaker Débora Luisy, 24, se divertiram e falaram da relevância da iniciativa. "É muito legal estar de volta nas ruas trazendo essa representatividade e liberdade de expressão", avaliou Débora. "É realmente importante estar de volta, principalmente com respeito. Além de voltar com a parada, voltar a fazer o evento pós-covid já é motivo de uma comemoração a mais", disse Darlene.
O evento, que ocorre desde 1998, é a terceira marcha mais antiga do país e uma das maiores paradas LGBT. Celebrando o Dia Internacional do Orgulho LGBT, em 28 de junho, o encontro ocupa as ruas da área central da capital para mostrar a força dessa comunidade no DF. A Associação Brasília Orgulho, organizadora do festival, é responsável pela maior pintura do arco-íris LGBT do Brasil, no Viaduto da Galeria dos Estados, de 230 metros.
Pesquisa
A população do DF têm a oportunidade de participar de uma pesquisa inédita sobre gênero e orientação sexual. Direcionada para pessoas LGBTQIA+, cisgênero e também aos heterossexuais, o levantamento pretende ouvir os moradores para saber sobre percepção ou vivências de situações de violência e discriminação.
Segundo a última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) 2021, mais de 87 mil pessoas se identificam como LGBTQIA+ no DF. O estudo é feito pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), com o apoio da Secretaria de Justiça, da Coordenação de Políticas de Proteção e Promoção de Direitos e Cidadania LGBT e do Fundo para a População das Nações Unidas (UNFPA).
A pesquisa, lançada na semana passada, trará informações aprofundadas sobre a população LGBTQIA+ da capital. O resultado servirá para orientar o governo local a criar políticas públicas para esse público. Para participar, basta acessar o link qrco.de/OlharInclusivo. Os questionários são sigilosos.
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