O parto humanizado ainda gera polêmica entre gestantes e os profissionais de saúde do Brasil. Ao CB.Saúde — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília —, desta quinta-feira, o médico obstetra Petrus Sanchez explica que a humanização é importante, pois as ações diretas de empatia são executadas, cuidando das futuras mães e daqueles envolvidos com o nascimento do bebê.
Em entrevista à jornalista Carmen Souza, o obstetra destaca que o cenário brasileiro em relação às cesarianas é o segundo pior do mundo, acima dos números recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, o percentual desses partos está em 55%. Mesmo com a alta, unidades particulares de saúde reduziram em 84% o número de cesáreas.
“Percebemos uma queda (nos números) porque vemos uma massificação no conhecimento e na procura da gestante para a volta do parto normal”, ressalta. Na avaliação de Petrus, a mulher encontra muitas dificuldades quando decide buscar o parto normal. Isso, de acordo com ele, pelas condições que o ambiente pode proporcionar ou por um processo cultural passado pelas gerações, que mistifica e impõe medo à gestante.
Violência obstétrica
A necessidade de um parto humanizado, por vezes, esbarra no contraponto, que é a violência obstétrica. Petrus analisa que a parturiente — mulher quando está em trabalho de parto — está completamente vulnerável. É importante, segundo ele, que todas as pessoas ao redor estejam atentas a possíveis falas inadequadas e se a estrutura do local consegue proporcionar os cuidados ncessários.
“A gente também pode ter essa violência por parte de outros profissionais. Desde a entrada na unidade hospitalar, seja da equipe de enfermagem ou até mesmo da equipe administrativa”, relata o médico obstetra, que alerta para o fato de que os tratamentos com a gestantes podem acabar machucando o psicológico e criando traumas na paciente.
Petrus reforça que, a depender da violência, as denúncias devem ser feitas às promotorias de justiça, conselhos de classe ou até mesmo à polícia. Tudo isso, de acordo com o médico, precisa ser feito para que as mudanças aconteçam, pois os fatos relatados pedirão novas posturas de unidades hospitalares e profissionais de saúde, e que todos possam entender que a mulher deve ser tratada com extremo respeito.
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado