Com o ano chegando à metade, as alianças manifestas e negociadas tomam corpo para as eleições de outubro. Na corrida ao Palácio do Buriti, o pré-candidato Rafael Parente (PSB) detalhou como deve ser a composição da chapa em que concorrerá e comentou o cenário eleitoral na capital do país. "Estou otimista", disse à jornalista Ana Maria Campos, nesta terça-feira (28/6), em entrevista ao CB.Poder — programa do Correio em parceria com a TV Brasília.
O ex-secretário da Educação do Distrito Federal afirmou que terá uma nova conversa com o senador José Antônio Reguffe (União Brasil-DF), para composição de uma candidatura conjunta, agora que o parlamentar anunciou que também concorrerá ao Buriti. "Tenho muita confiança de que eu e ele, muito provavelmente, estaremos na mesma chapa. Agora, não posso garantir como ela será formada. (Mas,) com a federação, infelizmente, tenho menos esperança de que estaremos juntos. Gostaria de estar junto e precisamos lembrar que estaremos batalhando em um campo de guerra contra (o governador) Ibaneis (Rocha). Não será uma batalha fácil", observou Rafael Parente.
O pré-candidato acrescentou estar "muito otimista" com as negociações com o senador e que torce pelo avanço do grupo de opositores ao atual governo na corrida eleitoral. "É provável que alguém (entre esses candidatos) chegue no segundo turno e se torne o próximo governador ou a próxima governadora do DF. Preciso entender como está essa consolidação em relação aos partidos que o apoiam (Reguffe). A orientação é de que nossa candidatura continue até o fim. (Mas) desejo que as composições aconteçam. Acho que o resultado das próximas pesquisas e o que vai ocorrer até o fim de julho podem dizer algo", comentou.
A articulação e a confiança no nome do parlamentar fazem com que Parente pense em ceder e se tornar vice na futura chapa do senador. "Gostaria de estar na cabeça da chapa, mas o Reguffe pontua melhor do que eu na maioria das pesquisas, tem mais tempo de TV e tem mais partidos que o apoiam. Ao contrário de outras conversas, hoje, o Reguffe é quem, de fato, no retrato atual, tem as melhores condições para ir a um embate com o governador Ibaneis", disse Parente.
Em relação ao principal oponente do grupo nas eleições, o pré-candidato espera por uma campanha ofensiva e ferrenha. "Vai ser uma guerra, certamente. Ele estará brigando com a realidade dos fatos e vai ter um problema muito maior, porque tem muitos recursos e está investindo em propagandas muito mais do que nos anos anteriores", acusou.
Descrente de uma composição com a federação composta por P, PCdoB e PV — do também pré-candidato ao governo Leandro Grass, Rafael Parente entendeu que uma abertura em direção ao centro é fundamental e considera que partidos da esquerda não entendem isso. "Não adianta imaginar que, se jogarmos para nosso nicho, vamos vencer as eleições, porque não vamos. Acho que (Leandro Grass) é o melhor deputado distrital que temos na Câmara Legislativa. É um amigo, mas não há a menor possibilidade de que eu abra mão da cabeça de chapa em uma composição com ele", declarou.
Como ex-secretário de Educação, Parente defenderá um plano de governo focado nesse setor. "Não tem nenhum governo, país ou sociedade que se tornou avançado e sério de verdade com desenvolvimento econômico, social, cultural, humano e real sem apostar seriamente na educação. Precisamos colocá-la em primeiro lugar, porque, apostando na educação, investindo nela e nos profissionais, geram-se consequências em todas as outras áreas. Melhora a saúde, a segurança, tudo, todo o resto", completou.
*Estagiário sob a supervisão de Jéssica Eufrásio