Mais de um mês após o racha que vitimou o jovem Guilherme Gomes da Fonseca, 19 anos, os outros seis participantes foram identificados ontem pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na Operação 16. O sinistro ocorreu em 5 de maio, na L4 Sul, próximo ao Centro Universitário Unieuro, sentido Guará. O rapaz, que foi ejetado do carro depois de perder o controle do veículo e colidir com uma árvore, não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.
Durante a operação, a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), responsável pelo caso, cumpriu três mandados de busca e apreensão contra os suspeitos, confiscou três veículos e dois celulares. Atendendo representação da delegacia, a Justiça decretou a suspensão da carteira de habilitação de cinco investigados e proibiu que outro envolvido possa obter o documento para dirigir.
Segundo o delegado-chefe da 1ª DP, Marcelo Portela, a vítima participava do racha quando se envolveu na batida. "Nas imagens aparece o carro dele saindo junto com os outros veículos", destaca. O delegado conta que os jovens estavam reunidos perto do Clube Nipo, no Setor de Clubes Esportivos Sul.
Os envolvidos no acidente são investigados pelo crime de racha com resultado morte. A pena prevista é de cinco a 10 anos de prisão. A Operação 16 recebeu esse nome em analogia à canção Dezesseis, da banda Legião Urbana, que narra a história de um jovem, cheio de amigos, intitulado "rei dos pegas na Asa Sul", e que morreu devido a um acidente automobilístico.
Irresponsabilidade
Outra tragédia em investigação também pode ter sido resultado do mesmo tipo de crime. No Domingo de Páscoa (17/4), Cynara Maria Lacerda Alves, 32 anos, grávida de nove meses, e a filha Talita Alves Lemos, 12, foram vítimas da imprudência no trânsito. A colisão envolveu três carros e ocorreu à noite, na Epia Sul (DF-003), na altura da Quadra 26 do Park Way, sentido Plano Piloto.
Cynara ficou presa às ferragens do veículo em que estava com as duas filhas, o marido e o cachorro Thor. A família morava em Planaltina e seguia para casa. A gestante foi retirada do carro sem vida e levada ao Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) pela equipe médica, para tentar salvar o bebê, que também morreu.
Talita sofreu uma parada cardiorrespiratória no local do acidente, de acordo com o Corpo de Bombeiros (CBMDF), e foi submetida a manobras de ressuscitação por mais de uma hora, mas acabou perdendo a vida.
Segundo registros da ocorrência policial, dois veículos passaram em alta velocidade pela Epia Sul. "Estavam ultrapassando os demais veículos na via e trocando repentinamente de faixa", destaca a ocorrência feita na época da colisão. Os dois carros teriam batido em outros três que passavam pelo local. O caso está sob responsabilidade da 11ª DP (Núcleo Bandeirante). Uma das linhas de investigação indica que um "racha" entre dois veículos, que fugiram do local, pode ter causado o acidente.
A reportagem entrou em contato com a PCDF para saber sobre o andamento das investigações. Em resposta, a 11ª DP informou que o inquérito policial segue em andamento e que não há informações para divulgar, no momento.