A Primeira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal irá julgar, nesta quinta-feira (23/6), um pedido de de recurso feito pela defesa de Adriana Vilela, que foi condenada por triplo assassinato qualificado dos próprios pais, caso que ficou conhecido como crime da 113 sul.
Adriana foi condenada por assassinato com motivo torpe, com crueldade e impossibilidade de defesa e por furto qualificado, em 2019. Adriana Villela, acusada de mandar matar os próprios pais, foi condenada a 67 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pelo Tribunal do Júri de Brasília.
A defesa alega que há "diversas irregularidades" na sessão que decidiu pela prisão de Adriana. Na petição, com mais de 200 páginas, os advogados trazem argumentos como o cerceamento da defesa, por terem sido impedidos de acessar mídias com depoimentos dos réus confessos do crime. Eles afirmam ainda que Adriana não teve qualquer participação no episódio.
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Além desses, outras supostas irregularidades seriam a juntada de provas pela acusação fora dos prazos legais e a presença de uma jurada que teria atacado o advogado de Adriana em rede social e "mentiu", segundo palavras da defesa, quando questionada a respeito pelo juiz, durante a seleção do corpo de jurados, no início da sessão.
A defesa ainda alega que uma análise "atenta aos volumes que compõem o processo inicial de acusação prova que não há qualquer evidência nas apurações que indiquem envolvimento de Adriana no crime".
Relembre o caso
Em 28 de agosto de 2009, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; a advogada Maria Villela; e a empregada da família, Francisca Nascimento Silva, receberam, no total, 73 facadas dentro do apartamento do casal. Os corpos dos três foram encontrados em decomposição em 31 de agosto de 2009.
Cerca de um ano após o crime, Adriana Villela e o porteiro do prédio, Leonardo Campos Alves, foram presos. Leonardo chegou a assumir os assassinatos. Ele ainda apontou que teve ajuda de um sobrinho e de uma outra pessoa. Os dois suspeitos também confessaram participação, mas depois voltaram atrás e disseram que só confessaram por terem sido torturados por 24 horas. Mesmo assim, os três foram condenados. A soma da pena deles chega a 177 anos.