Mensagens obtidas pelo Correio ligadas a uma das maiores facções do país dão um novo enredo ao mistério envolvendo o desaparecimento e a morte de Geovane Reges Barbosa, 21 anos. O jovem saiu de casa na noite de sábado (19/6) para tocar numa festa em Águas Lindas de Goiás e sumiu. Na tarde desta terça-feira (21/6), o corpo do motoboy foi encontrado carbonizado em uma área de mata no município goiano, a poucos quilômetros de Brazlândia.
Em meio às buscas intensas de amigos e familiares pelo paradeiro de Geovane, mensagens enviadas pelo Whatsapp no fim da tarde desta segunda-feira (20/6) a um dos parentes da vítima assustaram a todos. Apresentando-se como Xavier, um homem se intitula como membro do Comando Vermelho (CV) — facção oriunda do Rio de Janeiro — e dá o alerta: “Seu irmão está com problemas. Sério”. O familiar pede uma foto de Geovane e, como resposta, a pessoa diz: “Vamos resolver para liberar com vida. Só não queremos mais problemas”.
Desesperado, o parente implora por fotos de Geovane e pergunta se o jovem está bem. “Por favor, onde ele está? Fala para mim. Ele está vivo?”. O suposto faccionado dá detalhes e afirma que “o comando está em reunião com os disciplinas”, dando a entender que a alta cúpula decidiria pela vida ou execução de Geovane. Seria uma espécie de tribunal do crime. Em uma outra conversa, o rapaz diz à mãe de Geovane que “o filho dela vacilou muito com a facção”.
Investigação
Os fatos são investigados pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da Delegacia de Águas Lindas. O corpo de Geovane foi encontrado a cerca de 6km do local onde o carro dele foi localizado também carbonizado.
Dono de um carro automotivo, a ideia era de que o jovem levasse o veículo ao evento, em Padre Lúcio (GO). "Nas gravações, a pessoa que convida ele disse para ele ir só, pois a dona da chácara era chata e não gostava de muita gente", relatou um colega de Geovane. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.