Presidente do Partido Verde no Distrito Federal (PV-DF), Eduardo Brandão avalia que o pré-candidato Leandro Grass, que pleiteia o Palácio do Buriti pelo partido, tem capacidade para assumir o cargo. Nessa terça-feira (21/6), em entrevista à jornalista Ana Maria Campos, no programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, o dirigente da legenda afirmou que o deputado distrital "está pronto" para ser o novo governador da capital do país. Além disso, mencionou pontos em comum com as demais siglas da federação (PT e PCdoB) e pré-candidatos do DF. Também comentou as articulações em andamento para definição do vice da chapa de Grass e fez críticas ao governo local. Confira os principais trechos da entrevista.
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A pré-candidatura do Leandro Grass, candidato do seu partido, está mesmo consolidada?
Hoje (terça-feira), fizemos uma coletiva de imprensa para reafirmar isso. Neste momento de muita discussão de quem está com quem, as pessoas, às vezes, não tem uma informação mais direta. Fizemos (a coletiva) para reafirmar: a pré-candidatura de Leandro Grass está posta, assim como a candidatura de Rosilene (Corrêa, do PT) para o Senado. Nossa chapa, praticamente fechada, está conversando com outros partidos do campo (da esquerda), na possibilidade de ampliar essa aliança.
Você foi candidato a vice-governador na chapa de Rodrigo Rollemberg e tem uma afinidade grande com o PSB. Acredita que, pela proximidade, pode levar o partido para o grupo de vocês?
Na verdade, estamos juntos na federação nacional, que é PV, PT, PCdoB. Esse instrumento é uma novidade para esta eleição. Nosso candidato é o ex-presidente Lula, e o (Geraldo) Alckmin, vice do Lula, hoje, está no PSB. Fora as questões regionais, que têm uma aliança muito próxima, temos muita esperança de estarmos juntos, mesmo.
É que o PSB também tem uma pré-candidatura ao Palácio do Buriti, a do Rafael Parente…
Isso. O PSB colocou essa candidatura, e respeitamos. Mas vamos trabalhar para estarmos juntos, para que esses partidos desse campo (a esquerda), que estarão refletindo o projeto nacional, estejam juntos. Lógico que, neste período pré-eleitoral, existem vários candidatos a vários cargos. E (essa) é uma candidatura que respeitamos. O Rafael é um ótimo candidato. Se não estivermos juntos agora, estaremos em outro momento. Mas ainda tenho muita esperança. A federação se chama (Brasil da) Esperança, né?
Com Leandro Grass pré-candidato ao governo distrital e Rosilene Corrêa pré-candidata ao Senado, está aberta uma vaga de vice. Como andam as negociações? Acha que o PSB poderia indicar o vice do Leandro?
Sem dúvidas. A federação teve uma conversa formal com o PSB. Estipulamos (prazo) mais ou menos próximo ao dia 27, para que possamos ter uma definição da parte deles. Isso porque temos o prazo de desincompatibilização. Outros candidatos que poderiam estar nessa chapa, para que possam concorrer, teriam de se desincompatibilizar dos cargos que, porventura, estejam ocupando (até a data pré-definida).
Se houver um segundo turno, acredita que todas essas candidaturas — como Rafael Parente, Leandro Grass, Keka Bagno, Izalci Lucas e Reguffe — serão todas contra Ibaneis?
Não tenho dúvidas quanto a isso, porque os nomes que você colocou têm uma definição orgânica. Historicamente, sempre estivemos juntos. Por exemplo, federar com PT e PCdoB foi muito natural, porque sempre estivemos no mesmo campo. E, neste momento, a importância é apresentar nosso programa e nossos candidatos. Você lembrou que saí candidato a vice com o Rodrigo Rollemberg na última eleição, e (o governador) Ibaneis (Rocha, do MDB) era, também, um desconhecido. Acredito que estamos oferecendo para o Distrito Federal uma novidade; são dois candidatos novos. A população de Brasília escolhe os mesmos nomes desde que começamos a votar.
Hoje (terça-feira), vocês fizeram uma entrevista coletiva com jornalistas e apresentaram alguns pontos do programa de governo que o Leandro Grass pretende implementar. O que tem de mais importante na saúde?
Atenção primária. O que aconteceu neste governo é que ela foi abandonada. É um erro básico. Acumula-se tudo nas unidades básicas de saúde (UBS), nos hospitais… E a população fica completamente sem atendimento. Isso é um problema que discutimos a cada eleição. É uma coisa em que pensamos. Será que não tem solução? A saúde tem, mas ela passa, basicamente, pela atenção primária.
O que neste governo vocês consideram mais grave e que precisa ser mudado?
A assistência social foi completamente desmantelada com vários programas, fragmentada. O cidadão precisa entrar com quatro processos para ter auxílio-alimentação, auxílio-creche. Você (o Estado) tem de ajudar, facilitar. Hoje, é um desastre. (Sobre) a questão da mobilidade urbana e dos ônibus: estamos neste processo de pandemia, e as pessoas estão abarrotadas nos ônibus. Com o transporte precário e um sofrimento horrível, o cidadão gasta, ao menos, duas horas do dia para se deslocar de casa para o trabalho; e, depois, do trabalho para casa. (Este) é um governo que não se preocupou com os mais carentes. Não existe um processo de apoio às pessoas que realmente precisam do Estado.
*Estagiário sob a supervisão de Jéssica Eufrásio