O caos instalado na saúde pública no Distrito Federal é assunto recorrente e preocupante. Ao CB.Poder — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília —, nesta segunda-feira (20/6), o presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Gutemberg Fialho, relaciona o descaso à falta de profissionais nas redes públicas da capital federal. Além disso, reforça que as condições precárias de trabalho são fatores preponderantes para o esgotamento mental e outras questões vinculadas às dificuldades na área da saúde.
Em entrevista à jornalista Denise Rothenburg, o presidente Fialho afirma que, atualmente, é preciso realizar a contração de, ao menos, 4,8 mil novos médicos. “A maior dificuldade é a deficiência de profissionais. Precisamos de servidores que atendam a demanda”, diz. As ausências, segundo ele, passam pela área da ginecologia, pediatria e outros setores da saúde pública no DF. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), de acordo com o presidente, argumenta que está efetuando a contratação de trabalhadores. No entanto, Fialho ressalta que é fundamental abrir concursos que apresentem condições de serviços melhores.
Nova secretária
Em relação a Secretaria de Saúde e as gestões anteriores, Fialho destaca as tentativas frustradas para solucionar problemas pertinentes nas redes públicas do DF. Uma interlocução que, segundo ele, nunca foi atendida. Ainda que o diálogo seja uma dificuldade, ele espera que a nova secretária de saúde, Lucilene Queiroz, corresponda às expectativas. Já que, em sua avaliação, ela tem o perfil necessário para cumprir as exigências.
Atualmente, o Sindicato de Médicos do DF, de acordo com o presidente, pede uma audiência com a titular da pasta. Ainda que Lucilene tenha o perfil ideal, sendo uma profissional de saúde experiente na área, Fialho argumenta que a troca, talvez, tenha sido feita tarde demais. "Esperamos que, pelo menos, a doutora Lucilene não agrave mais as coisas”, afirma. Às vésperas das eleições, ele também avalia que o cargo assumido pela secretária lhe parece uma medida eleitoreira.
Desvio de recursos
O orçamento da Secretaria de Saúde do DF para a área da saúde, em 2022, é de R$ 8 bilhões, segundo Fialho. Com tamanho investimento, para ele, é inadmissível que haja falta de medicamentos e outros insumos. No entanto, mais grave do que o desperdício, é o desvio desses recursos.
“As denúncias são constantes. Temos, por exemplo, o Iges-DF, que é uma usina de escandâlos”, explica. Para o presidente do Sindicato dos Médicos, a fiscalização precisa ser maior. Na visão dele, falta punição e compromisso com a vida daqueles que precisam de atendimento nas redes de saúde da capital federal.
*Estagiário sob a supervisão de Ana Luisa Araujo