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Excesso de informação faz mal à sociedade, diz presidente da Vipassana

"Durante nossa vida, recebemos uma série de condicionamentos que a gente não percebe", explica Régis Guimarães, ao falar sobre a tomada de atitudes impensadas

Em entrevista ao CB.Poder, nesta quarta-feira (15/6), o presidente da Sociedade Vipassana de Meditação, Régis Guimarães, falou a respeito dos benefícios da meditação em um mundo globalizado. A Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo ele, constatou um aumento de 25% nos casos de depressão e ansiedade no mundo inteiro durante a pandemia. Essa, no entanto, já era uma tendência visto que a quantidade de informações que todos são expostos no dia a dia é muito grande. "Você começa a avaliar várias questões sem se aprofundar em nenhuma delas, sem refletir”, pondera. Uma solução para isso seria a prática de meditação.

Inicialmente, Régis Guimarães começou a ensinar a meditação para parentes e amigos que moravam próximo a ele, em sua própria casa. Mas esses amigos foram se multiplicando e, a partir disso, ele viu que essas pessoas não cabiam mais ali. A partir disso, outros professores passaram a se formar e integrar o time da Sociedade, e eles se mudaram de local.

O primeiro programa que Régis Guimarães ofereceu ainda está ativo e ensina a prática para iniciantes, ou seja, para quem nunca meditou. Os ensinamentos são passados em três dias: sexta-feira à noite e sábado e domingo pela manhã. Nessa modalidade, 16 mil pessoas já participaram do programa. Durante a entrevista, Régis comentou que começou a buscar alívio na meditação em razão da quantidade de estresse que ele mesmo sofria. Hoje, explica o quanto a prática pode ajudar a sociedade por fazer com que os indivíduos consigam olhar uns para os outros com mais empatia.

Segundo ele, um dos conceitos mais trabalhados na meditação é o de mindfulness, que significa ter plena atenção e ver as coisas em profundidade. Para o especialista, compreender-se é toda a essência da categoria de meditação. “Durante nossa vida, recebemos uma série de condicionamentos que a gente não percebe, seja dos pais, dos parentes, da escola. Nós somos absolutamente reativos por esses mecanismos que estão no nosso subconsciente”, explica.

O presidente da Vipassana conta que isso prejudica o dia a dia, uma vez que as decisões tomadas pelos seres humanos nem sempre são pensadas, mas movidas por um impulso. O comportamento gera conflitos porque, ao assumir o condicionamento, o indivíduo precisa defender o “eu”. E todos aqueles que pensam diferentemente das ideias e valores do eu viram quase inimigos. A meditação combate posicionamentos e sentimentos negativos, como a raiva, uma vez que ela foca na busca pelo autoconhecimento e fortalece o córtex pré-frontal, responsável, muitas vezes, pela reatividade do ser humano.

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