O Distrito Federal registrou 3.402 casos de covid-19, ontem. Ao todo, a capital do país acumula 753.025 infecções pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. A taxa de transmissão apresentou um leve recuo, passando para 1,83 — 100 doentes passam o vírus para outras 183. De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria, uma morte foi confirmada, aumentando a quantidade de vidas perdidas, no DF, para 11.702. A vítima era do sexo feminino, tinha mais de 80 anos, residia em Sobradinho e estava internada em um hospital particular. Ela tinha comorbidades: distúrbios metabólicos e cardiopatia.
Em relação às médias móveis, um levantamento realizado pelo Correio mostra que a mediana de infecções está em 5.009, o que representa um aumento de 219% em relação a 14 dias atrás. Já a média móvel de óbitos está em 1,2, número que demonstra um aumento de 200% na comparação com o cálculo feito há duas semanas.
Cenário atual
Segundo Breno Adaid, pesquisador e professor do curso de mestrado em gestão estratégica de organizações do Centro Universitário Iesb, a onda enfrentada atualmente é a mesma que ocorreu na Europa, dois meses atrás. "Quando bateu por lá, a região estava entre a primavera e o verão. Aqui, chegou perto do inverno", afirma. "Soma-se a isso, o fato de as pessoas preferirem ficar em locais fechados, que podem estar com aglomeração, neste período. Hábito que favorece, ainda mais, o contágio", frisa o professor.
Ele avalia que há outro cenário ajudando na propagação do vírus. "O relaxamento das medidas fez com que a população deixasse de usar máscara e não evitasse locais muito cheios. Serão vários dias de alta até (a taxa de transmissão) descer para 1, que é estabilidade no número de novos casos. Isso supondo que 1,83 seja o pico", relata. "Essa sublinhagem é mais contagiosa que a ômicron original, se as pessoas não se cuidarem, o sistema de saúde não vai dar conta de prestar atendimento, mesmo com casos mais leves", alerta Adaid.
Durante cumprimento de agenda na manhã de ontem, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou que, em breve, deve liberar a quarta dose para pessoas a partir de 40 anos. "O momento é bastante preocupante — no que diz respeito à covid —, mas tenho certeza que estamos no caminho certo, que é avançando com as vacinas", destacou. "Grande parte da população está entrando no ciclo da quarta dose, e a gente espera reduzir a idade nas próximas semanas", adiantou o chefe do Buriti.