Enquanto chegava no Instituto Abraçando Vidas para visitar o espaço, ainda com a cadeira de rodas, Ana Júlia, de 7 anos, foi recebida com emoção por amigos que participam com ela das aulas de lutas marciais de karatê. Abraçada pelos amigos, os colegas comemoravam a sua volta para casa depois de 22 dias de incerteza em que ela, Bruna Raquel, 6 anos, e Sofia Valentina, 4 anos, ficaram internadas no Hospital de Base e no Hospital de Ceilândia.
Em entrevista ao Correio, Glória Cheila Pereira, avó de três das cinco crianças atropeladas em 22 de maio, revela que as três meninas receberam alta nesta segunda-feira (13/6), por volta das 14h. "Estamos todos felizes. Agora elas vão continuar o atendimento no hospital, voltando para os especialistas e se recuperando", destaca.
Glória ressalta que contou com a ajuda de muitos amigos e conhecidos. "Ganhamos as cadeiras de rodas das meninas e a cadeira de banho. Todos tem ajudado muito. Principalmente nas orações para que elas ficassem bem. Não tenho dúvidas de que foi Deus que permitiu que elas saíssem todas vivas. Havia muita oração em várias igrejas por elas", afirma.
Agora a família espera pela Justiça. "Ele (o motorista) precisa ficar detido. Foram cinco vidas que ele quase destruiu, de cinco crianças. E elas ainda se lembram do que aconteceu", garante.
Ana Júlia detalha o que se lembra do dia do acidente com acenos de cabeça e palavras curtas. "Era um carro branco. Estavámos na calçada", pontua. Glória complementa que as meninas sequer haviam começado a atravessar a faixa de pedestre quando foram atingidas pelo motorista bêbado e todas contam a mesma versão: estavam na calçada.
Relembre
Em 22 de maio, Francisco Manoel da Silva, 53 anos, atropelou cinco crianças que estavam em frente a uma faixa de pedestres em Ceilândia. O motorista tentou fugir do local e policiais militares tiveram que conter a população, que diante das crianças feridas, tentaram linchar o motorista.
Em exame no Instituto Médico Legal (IML), foi constatada a embriaguez do condutor, que afirmou à polícia ter consumido uma dose de uísque. Ele estava sem a carteira de habilitação.
Maria Eduarda da Silva Moura, de 10 anos, foi a primeira das cinco a receber alta hospitalar em 23 de maio.