Por não apresentar vermelhidão e aparentemente envelhecer menos, muitas pessoas negligenciam os cuidados com a pele negra. Mesmo sendo biologicamente igual à pele branca, a pele negra produz menos oleosidade e tem doenças específicas. É o que diz o dermatologista e especialista em pele preta André Moreira, recebido de hoje pelo CB. Saúde, uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.
No clima seco do cerrado de Brasília a população negra pode sofrer mais que as pessoas brancas. Mesmo com a quantidade de glândulas iguais, a perda de água é maior em peles escuras. Para evitar a desidratação, os banhos devem ser mais curtos. “Os banhos têm que ser mais rápidos e a hidratação depois do banho deve ser mais vigorosa”, aconselha o médico.
Depois da pele, outra parte do corpo preto que também merece zelo é o cabelo. “Não tem como ter cabelo e pele bonita se você não estiver saudável. Se você não tem um bom estilo de vida, um bom humor e uma dieta adequada, você não consegue ter um cabelo e uma pele desenvolvida”, explica.
Segundo o médico, o cabelo é um anexo, ou seja, não é uma das partes mais importantes do corpo. Quando ocorre um desvio energético, os recursos serão tirados do cabelo e sua qualidade será afetada, podendo haver queda. Em casos de doença, por exemplo, os nutrientes são desviados para combater a enfermidade.
Além dos impactos socioeconômicos, a pandemia também mudou a atenção com o cabelo. Um dos sintomas pós covid-19, em todos os tipos de pele, é a queda de fios. De acordo com o dermatologista, já existem tratamentos para evitar essa perda. "É uma queda de cabelo diferente de outras doenças e pode chegar de uma semana a dois anos após o contágio. Mas o nosso papel (de médico) é tranquilizar o paciente”, avalia.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel