Com a presença de grupos de ciclistas, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), assinou, ontem, na Praça Euzébio Pires de Araújo, a ordem de serviço para o início das obras da ciclovia da DF-480, entre Gama e o Catetinho. A benfeitoria deve ser concluída em 120 dias e vai entregar cerca de 10km de extensão. No total, 10 mil ciclistas da região vão ser beneficiados pela construção, estimada em R$ 5 milhões. "Brasília é a segunda maior cidade de ciclovias do país, e a gente espera alcançar o título de primeira o mais rápido possível", declarou Ibaneis.
Após assinar a ordem de serviço para a ciclovia, ele entregou a pavimentação do Residencial Paraíso, atrás de uma unidade do Departamento de Trânsito do DF (Detran), no Gama, e depois, inaugurou a obra de revitalização da quadra poliesportiva da Quadra 56 do Setor Central, localizada atrás da Administração Regional.
Ibaneis destacou que os projetos elaborados pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e pelo Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) visam a melhoria da mobilidade na cidade. Mais tarde no Twitter, ele reconheceu que transporte público é uma das maiores demandas do DF e citou outras obras importantes. "Temos 2 projetos em andamento: expansão do metrô em Ceilândia e expansão do metrô em Samambaia".
De acordo com o governador, o projeto de Samambaia está mais adiantado. "Na sequência, vamos concentrar esforços em Ceilândia. Vamos expandir o metrô em Samambaia em mais 2 estações. Também trabalhamos para reduzir o tempo entre um trem e outro, colocando mais unidades e ampliando a capacidade de transporte" escreveu.
Espera e alívio
Quem comemorou o início do projeto foi o representante comercial Fernando Gomes, 42 anos, líder do grupo Calangos do Pedal. "Essa é uma reivindicação nossa, de uma petição com mais de duas mil assinaturas, na qual solicitamos a interligação de vias do DF e Entorno", explica. Atualmente, segundo ele, são 19 grupos de ciclismo no Gama, que percorrem as vias de Santa Maria e Entorno do DF, com média de 150 ciclistas por equipe.
Antes, todos usavam a pista de corrida para pedalar até o famoso Balão do Periquito, onde começa outra ciclovia. O segurança Fabiano Araújo, 44, do grupo de ciclismo Cobras do Cerrado acredita que a obra vai proporcionar mais segurança aos usuários. "Vai ter projeto de iluminação, o que vai dar mais mobilidade para nós ciclistas e para os pedestres, além de termos a sensação de segurança", opina.
Somente em 2022, segundo o Departamento de Trânsito (Detran), ao menos sete ciclistas perderam a vida nas vias do DF em decorrência de imprudência ao volante.
Para a Presidente da ONG Rodas da Paz, Renata Aragão, a ciclovia tem vários aspectos positivos, sendo o principal encorajar quem não tem coragem de enfrentar o trânsito de bicicleta. "Que seja um uso feito a partir da infância e que se estenda por todas as fases da vida adulta, que seja para todos os gêneros e para atender as mais distintas demandas de deslocamento por bicicleta", ressalta.
Renata Aragão também reforça a importância da redução da velocidade das vias do DF. Ela explica que a velocidade máxima das ciclovias é de 20 km/h, mas atletas em treinamento pedalam à velocidade média de 40 a 50 km/h, os cicloentregadores também precisam pedalar em velocidade alta. É comum que outros ciclistas e atletas utilizem a pista — prática assegurada pelo CTB. "Por essa razão é urgente reduzir velocidades. Com limites compatíveis, protegemos pedestres, ciclistas, cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes, motoristas e passageiros", garante.