A recepção dos novos estudantes no retorno das aulas presenciais será marcado por pautas relevantes para a comunidade acadêmica, dentre elas, o corte orçamentário das unidades e institutos federais anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), em maio deste ano. De acordo com a UnB, o corte nas despesas discricionárias passa de 14,54% para 7,27%. Dessa forma, a universidade perderá R$ 18,3 milhões. Em nota, a instituição informou que segue na batalha para a recomposição integral do orçamento, assim como as demais universidades e institutos federais de ensino superior e as entidades representativas da educação.
"A mobilização junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário permanece. E também a presença nos meios de comunicação, para esclarecer a sociedade da gravidade da situação e, assim, sensibilizar o governo federal", pontuou a universidade. De acordo com a instituição, o orçamento de 2022 da UnB aprovado pelo Congresso Nacional já era menor que o de 2019 e insuficiente para o pagamento de serviços básicos, dentre eles, água, luz, limpeza, segurança, a compra de livros e equipamentos de laboratórios e a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, entre outras atividades acadêmicas e administrativas.
A gravidade do impacto dos cortes feitos pelo Ministério da Educação às universidades e institutos federais mobilizou entidades estudantis e de trabalhadores da Educação a organizarem um ato nacional na próxima quinta-feira, na Esplanada dos Ministérios. O ato é mobilizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra Oficial).
A concentração será no Museu Nacional da República e contará com estudantes e servidores da UnB. Amanhã, ainda deve ocorrer uma assembleia de estudantes, preparatória para a ação, que carrega como lema "Bolsonaro, tira a mão da Federal!". "Estamos pensando em fazer a calourada com o mote 'A Universidade é Nossa'. Queremos fazer várias mesas que falem dos cortes orçamentários, que falem da extensão, da pesquisa, e acho que vai ser um momento político importante para a Universidade", explicou a representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e diretora de Relações Institucionais da UNE, Adda Luísa Sousa, ao Correio, na semana passada.