A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga se o pedreiro Antônio da Silva, 40 anos, matou Viviane Silva, 19, após tentar manter relações sexuais com a vítima. O suspeito está preso desde a última sexta-feira por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e pela impossibilidade de defesa da vítima. Caso a hipótese levantada pela 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) for comprovada, pode-se acrescentar ao indiciamento a qualificadora de feminicídio. A jovem foi enterrada na manhã de ontem, no cemitério de Taguatinga.
Segundo informações da investigação, Antônio e Viviane se conheceram por meio de familiares. No entanto, teriam saído pela primeira vez sozinhos na quarta-feira, para um bar localizado em Santo Antônio do Descoberto (GO). A jovem chegou a postar uma foto acompanhada do pedreiro.
"O autor é casado e a vítima tinha namorado. O autor disse, em depoimento, que eles decidiram sair e chegaram a se beijar, mas que tudo teria sido com consentimento. Depois, ele alegou que teria levado Viviane para um parque de diversões da área, deixando-a em companhia de um casal e um rapaz. Mas, ao pedirmos as características dessas pessoas, ele não soube informar", explica o delegado Pablo Aguiar, chefe da 27ª DP.
Antônio tornou-se o principal suspeito em decorrência das contradições apresentas aos policiais. Além disso, testemunhas desmentiram a versão apresentada pelo pedreiro, que afirma ter deixado Viviane no parque da Igreja da Matriz, no município do Entorno. "Todos informaram que, na realidade, a vítima esteve o tempo todo acompanhada do autor no parque de diversões", detalha o investigador.
Viviane morreu ainda na quarta-feira. O corpo foi localizado seminu, boiando em um córrego situado na região de Água Quente, no Recanto das Emas, na quinta-feira. Laudo cadavérico preliminar indica óbito por afogamento e uma lesão craniana, em decorrência de uma pancada. O exame não mostrou, até o momento, indícios de violência sexual.
"Encontramos o celular da vítima próximo ao córrego, em uma área de mata. A única digital identificada no aparelho é a do autor. Além disso, todas as mensagens trocadas entre ele e a vítima foram apagadas. Então, a perícia continuará para tentar recuperar a conversa e, assim, definirmos melhor a relação entre os dois", afirma.
"Em depoimento, o autor negou que teria tentado algo a mais com a vítima. Mas tudo leva a crer que ele pode ter pressionado a jovem a manter alguma relação sexual com ele e, com a negativa, decidiu matá-la. Essa é uma das vertentes que trabalhamos, mas isso só será comprovado com uma possível confissão ou com a recuperação das mensagens. Se nas conversas ficar explícito o interesse amoroso, ou tentativas de ficar com a vítima, ele pode, sim, responder por feminicídio", finaliza o delegado Pablo Aguiar.