Um homem que teria sido visto pela última vez na companhia de Viviane Silva, 19 anos, é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A jovem foi encontrada morta e seminua em um córrego situado na região de Água Quente, no Recanto das Emas. Nas últimas 24 horas, investigadores da 27ª Delegacia de Polícia colheram depoimentos de testemunhas e familiares da vítima e encaminharam material para a perícia, como as muletas da jovem encontradas no local do crime.
Moradora de Santo Antônio do Descoberto (GO), Viviane tinha deficiência nas pernas. Segundo familiares, ela saiu de casa na noite de terça-feira com um amigo. As investigações mostraram que os dois estiveram em uma praça, onde havia uma festa junina. De acordo com o relato do rapaz, Viviane teria ficado no local com dois homens, quando o homem decidiu ir embora.
Dada como desaparecida, o corpo de Viviane só foi encontrado por volta das 18h de ontem. Delegado-chefe da 27ª DP, Pablo Aguiar, afirma que a vítima não apresentava sinais de violência, o que indica que ela pode ter sido morta por afogamento. "Durante todo o dia, desde o momento que tomamos conhecimento, estamos correndo atrás da última pessoa que foi vista com ela", afirmou.
Ainda sem acreditar na morte da irmã, Leidiane Silva, pede por Justiça. "É muita maldade. Ela era só alegria, uma pessoa que passava paz, felicidade e não abria a boca para falar mal pra ninguém. Uma pessoa indefesa, ela usava muletas e tinha deficiência nas pernas", contou Leidiane. Mais nova de sete irmãos, ela era muito ligada à família, principalmente à mãe, Fátima Silva. "Por causa dessa deficiência, minha mãe sempre cuidou muito dela. As duas eram grudadas, companheiras uma da outra e minha mãe está muito abalada", acrescentou.
O corpo de Viviane será enterrado hoje, no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. Amigos e familiares poderão dar o último adeus a partir das 8h, na capela 6.
Colaborou Renata Nagashima
O golpe do falso subsecretário
Material cedido ao Correio
Participante assíduo de reuniões com políticos e de eventos badalados na capital, Geildo Ferreira da Silva e Souza, de 46 anos, tornou-se alvo de uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após se passar por subsecretário do DF Legal para obter vantagens. Ele usava uma falsa identidade e, de acordo com as apurações, chegava até a interferir em ações de combate à ocupação irregular de terras.
Ontem pela manhã, investigadores da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor) cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, que servirão para instruir nos próximos passos da investigação. O delegado-chefe da Draco, Adriano Valente, afirma que, no "falso cargo", o suspeito chegou a agir na companhia de outros três comparsas, aparentemente grileiros de terras, para tentar impedir a atuação do Estado sobre as grilagens de terras realizadas por eles. "Era comum o suspeito tentar impedir demolições e desocupações em terrenos invadidos fingindo ser subsecretário'', destacou.
Em algumas ocasiões, Geildo se passava por subsecretário da Casa Civil do DF e usava das falsas identidades para entrar gratuitamente em casas noturnas e consumir bebidas. "As buscas que estão sendo realizadas hoje visam colher mais elementos para a investigação, que ainda se encontra em curso, razão pela qual não serão fornecidas mais informações neste momento", destacou Valente.
Segundo a PCDF, até o momento, não há indicativo da participação de servidores públicos ou agentes políticos nos crimes em apuração. Os investigados podem responder, entre outros delitos, pelos crimes de tráfico de influência, fingir-se funcionário público, falsidade documental, esbulho possessório, loteamento irregular de terras, estelionato e associação criminosa.
Por nota, a Secretaria DF Legal informou que, desde o começo das investigações, colabora com os órgãos policiais e o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) na condução das investigações contra o suspeito.
"A instituição DF Legal trabalha incessantemente para manter o seu bom nome perante à população, coibindo pessoas de má-índole de usar sua imagem para a execução de crimes no Distrito Federal. A pasta destaca, ainda, que, cada vez mais, tem dado transparência às suas atividades, inclusive, aumentando o número de ações, por meio da Operação Pronto-Emprego, que combate ocupações irregulares ainda em sua fase inicial e de todas as desordens sociais e urbanas", ressaltou o órgão. (D.D)