ESPECIAL

Taguatinga 64 anos: a essência da Praça do Relógio, símbolo da região

Ronaldo Seggiaro mora em Taguatinga desde 1971 e declara o carinho pela cidade. Um de seus locais preferidos é a Praça do Relógio, onde guarda muitas lembranças

"Moro em Taguatinga desde 1971 e amo essa cidade." É assim que Ronaldo Seggiaro, 76 anos, descreve o que sente pela região administrativa onde reside há mais de 50 anos. Gaúcho de nascença, ele conta que chegou no Distrito Federal em março daquele ano. "Na época, eu era oficial da Polícia Militar e estávamos criando o 2º Batalhão da PM no Distrito Federal. Tenho uma história de amor muito grande com Taguatinga, porque ela me deu muito", se declara.

Leia o especial completo sobre os 64 anos de Taguatinga neste link!

"Lembro-me, com muito carinho, de quando Taguatinga era a cidade mais bairrista do DF. As pessoas tinham total orgulho de ser taguatinguense", recorda Ronaldo. Uma de suas principais lembranças da cidade é a vida noturna que ela tinha. "Principalmente na década de 1970. Nessa época, a única atração fora daqui era o Gilberto Salomão, no Plano Piloto", aponta. "O restante da vida social do DF era aqui. Tinha a rua da alegria e alguns restaurantes que eram inesquecíveis", destaca Seggiaro.

O pioneiro também coloca as festas de Taguatinga como um de seus pontos altos. "O carnaval de rua daqui era maravilhoso. Começava pela tarde e ia noite a dentro", observa. "Além disso, as pessoas se reuniam para assistir futebol nos botecos, também tinha o Nenen's Chopp, que servia uma cerveja maravilhosa", atesta Ronaldo. Por causa de tudo isso, ele afirma que a região tinha um apelido carinhoso. "Os antigos chamavam de 'Taguaiorque', pois o grande charme de se viver no DF, era Taguatinga", brinca.

Saiba Mais

Referência

O local escolhido por Ronaldo para a entrevista foi a Praça do Relógio. E não foi por acaso. Ele afirma que o trecho é um ícone para Taguatinga. "Aqui perto, antigamente, tinha uma caixa d'água que, quando as pessoas a viam, sabiam que estavam chegando em Taguatinga", ressalta. "Acontecia de tudo por aqui, como feiras beneficentes e eventos. Além disso, todos que queriam fazer algo em Taguatinga, usavam a Praça do Relógio para fazer a divulgação", recorda.

Acompanhando Ronaldo, estava sua namorada, Givanilce Gois, 63, que também é pioneira da cidade. "Cheguei em Taguatinga em 1962, quando meu pai veio trabalhar na construção de Brasília", comenta. Apesar de não ter nascido na região, ela afirma que se considera uma "verdadeira taguatinguense". "Me casei e constituí minha família aqui. Só um dos meus filhos não está aqui. O resto, todos são filhos de Taguatinga", aponta.

"Considero aqui a minha 'terra natal', praticamente. Não saio daqui de jeito nenhum", frisa. Sobre o companheiro, Givanilce diz que já o conhecia, antes mesmo de começarem a namorar. "Ronaldo era meu vizinho, Depois que ele ficou viúvo e eu me separei, decidimos começar nosso relacionamento, que já dura sete anos", finaliza a pioneira.

Minervino Júnior/CB/D.A.Press - 30/05/2022. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Pioneiros de Taguatinga Ronaldo Seggiano e sua esposa Givanilce Gois na Praça do Relógio.
Minervino Júnior/CB/D.A.Press - Ronaldo Seggiano na Praça do Relógio: lembranças de um pioneiro
Minervino Júnior/CB/D.A.Press - 30/05/2022. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Pioneiros de Taguatinga Ronaldo Seggiano na Praça do Relógio.