Após quase 30 anos atuando como dono do Kareka's Bar, Jaile de Assis Ricardo, 68 anos, decidiu celebrar Taguatinga mudando o nome do estabelecimento para Cervejaria Kaixa D'água. "A inspiração veio da caixa d'água enorme que ficava no centro da cidade, considerada o primeiro símbolo da região. Então, o nome foi mais uma homenagem à cidade e aos movimentos culturais que existiam naquela época", conta.
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No entanto, ele afirma que, além da troca de nome, o espaço deveria se transformar em um ponto de fomento cultural, gastronômico e social. "Conseguimos tudo isso, compartilhando com a comunidade", considera Jaile.
Sobre as atrações, a música é uma das atividades culturais em destaque, principalmente com instrumentistas locais. "Costumamos fazer, e vamos voltar agora em 2022, com a semana de arte e cultura, em junho. Nela, acontecem algumas apresentações musicais, lançamentos de livros, além de projeção de filmes de cineastas do DF", detalha. "Fora isso, a gente tem uma agenda cultural e musical variada, que está sempre lotada", comemora Ricardo.
E no meio dessas inúmeras atrações, ele garante que o Kaixa D'água tem muitas histórias para contar. "A gente até brinca que o nosso slogan é 'história de gole em gole'. Além disso, temos a intenção de criar um livro com todas as boas histórias", revela, compartilhando uma delas. "Uma surpresa boa que tivemos foi quando o Nasi (Marcos Valadão) — vocalista da banda Ira! — apareceu aqui para conhecer o bar, em 2016. Ele até deu uma 'canja' para quem estava no dia", recorda.
Jaile finaliza afirmando que a história do Kaixa D'água está "muito vinculada" à de Taguatinga, principalmente, por conta da interação com a comunidade. "Um exemplo é que, em 10 de julho, os moradores antigos da CNF vão realizar um encontro tradicional aqui na cervejaria. O espaço será reservado totalmente para eles", destaca.
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Coração da cidade
A professora Suzane Margarida, 48, frequentadora assídua da cervejaria, há mais de 15 anos, gosta de falar da relação de afetos das pessoas com o espaço. "Ele é meio que o coração da cultura de Taguatinga. As poucas vezes que teve que fechar, as pessoas ficaram meio órfãs", comenta.
Além dos momentos de amizade no local, ela relembra as lembranças românticas que o Kaixa D'água trouxe. "O relacionamento com meu atual marido também começou lá", revela Suzane. "É um lugar maravilhoso, familiar, que agrega pessoas de todos os credos e gêneros, todo mundo sempre de cabeça aberta, todo mundo é tratado muito bem. É o nosso bar, a nossa casa", destaca a professora.