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Moda indígena e quilombola

Marca Tamã agora tem loja itinerante e percorre espaços públicos, interativos e culturais de Brasília

Muita gente que passa perto do Memorial dos Povos Indígenas deve estar curiosa para saber o que é a pequena estrutura de madeira instalada no gramado. Trata-se de um projeto da marca brasiliense Tamã, que utiliza a moda para promover a cultura indígena e a quilombola. Outro propósito da Tamã é educar, sensibilizar e atrair a atenção para a riqueza socioambiental brasileira. "Podemos contribuir um pouco para o reconhecimento da importância dos povos tradicionais enquanto país sociodiverso", explica Cleber Oliveira, co-fundador e sócio da empresa. A marca especializada divide igualmente os lucros com 15 grupos indígenas e quilombolas em todo o Brasil. Esses parceiros produzem camisetas, carteiras, mochilas, bolsas e sacolas.

"Nasci em Brasília, me formei aqui e fui trabalhar no Pará", conta Cleber. Indigenista, ele começou o empreendimento com o objetivo de usar a moda como opção econômica para fortalecer culturas e povos que ajudam a conservar os saberes e habitats onde vivem. Antes de ter um espaço físico, a Tamã funcionava apenas por meio de e-commerce. De acordo com o co-fundador, cerca de 80% a 90% dos clientes são de São Paulo. Cada produto comercializado é inspirado em uma história de uma comunidade quilombola ou tribo indígena. Ao observar que as pessoas gostam de ter a experiência da compra presencial, Cleber resolveu criar a loja móvel, para ocupar diferentes espaços públicos, interativos e culturais de Brasília. 

Alguns itens são produzidos na indústria. Outros, são artesanais. Além dos artistas indígenas e quilombolas, a Tamã trabalha com nomes reconhecidos, que não vêm de comunidades, mas são comprometidos com a causa do meio ambiente. Entre eles, estão Anna Cunha, ilustradora finalista do Prêmio Jabuti 2018, e Edson Ikê, ilustrador e artista gráfico, que já fez trabalhos para grandes jornais e revistas, como a The New Yorker.

A loja itinerante também já esteve ao lado do Museu Nacional da República e no Acampamento Terra Livre, realizado em abril, no Complexo Cultural Funarte. No Memorial dos Povos Indígenas, o atendimento vai das 10h às 17h, de terça-feira a domingo, até o dia 30 de setembro.

Divulgação/Tamã - Cada produto da loja tem uma história advinda de uma comunidade indígena ou quilombola
Cléber Oliveira/Divulgação - Peça feita, por indígenas, à mão, para a Tamã