O Distrito Federal registrou mais um caso de feminicídio. Identificada como Priscila Teixeira Borges, 33 anos, a vítima foi encontrada morta a facadas, na manhã dessa quarta-feira (29/6), na cozinha da casa onde morava com o namorado, Gusttavo Britto, 22, em Taguatinga. Para os investigadores, que tratam o caso como homicídio por motivo de gênero, ele é o principal suspeito de cometer o crime. Até a mais recente atualização desta notícia, o acusado não havia sido encontrado pelas equipes da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte).
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Priscila trabalhava como designer de unhas e morava no imóvel, na QNH, 13 havia cerca de oito meses. Em fevereiro, o casal começou a namorar. No entanto, segundo vizinhos, Gusttavo e a vítima discutiam com frequência, especialmente à noite. O corpo dela só foi achado porque a mãe da vítima tentou falar com a filha na terça-feira (28/6), mas encontrou a casa fechada. No dia seguinte, por volta das 9h, voltou ao local e pediu para que moradores da rua ajudassem a abrir o portão do imóvel.
A polícia acredita que o crime tenha ocorrido entre segunda-feira (27/6) à noite e terça-feira (28/6). Priscila estava sozinha em casa e apresentava um ferimento no pescoço. No corpo da vítima e na área em volta dele, os peritos acharam manchas de sangue. Além disso, as equipes encontraram mensagens “românticas” deixadas por Gusttavo para a namorada na cena do crime. A faca usada no ataque estava no banheiro.
Uma das vizinhas que conversou com o Correio — e pediu para não ter a identidade divulgada — conta que ligou para a polícia 10 vezes, em diferentes ocasiões, ao ouvir as brigas do casal. Contudo, a denúncia nunca seguia adiante, pois Priscila tinha medo de registrar ocorrência contra o companheiro. “No outro dia, nós a víamos passeando com ele (Gusttavo) na rua, com a cara toda quebrada”, detalha. O delegado da 17ª DP informou que o suspeito tinha ficha criminal por receptação, em janeiro de 2016, quando foi preso em flagrante em Cristianápolis (GO), a 244km de Brasília, em posse de um carro roubado.
Outra moradora do bairro relata que, dois meses atrás, Priscila ligou para a família pedindo socorro. Um irmão da vítima esteve na casa da designer de unhas para cobrar satisfações de Gusttavo, mas a violência continuou posteriormente. Em outra ocasião, o suspeito chegou a quebrar o carro de Priscila com uma barra de ferro. E, antes do relacionamento atual, ela também sofreu agressões de um ex-namorado, segundo uma vizinha, o que teria motivado o término.
Uma pastora da igreja em frente à casa da vítima, que também pediu para ter o nome preservado, afirma que costumava encontrar o casal em uma padaria próxima, mas não desconfiava ser o mesmo que brigava na QNH 13, inclusive em público. “Eu os olhava (na padaria) e não acreditava que ouvia as gritarias e agressões dele”, conta.
Os dados mais recentes da Secretaria de Segurança Pública mostram que o DF teve seis casos de feminicídio, entre janeiro e maio, contra 12 no mesmo período de 2021.
Onde pedir ajuda
Polícia Militar
Disque 190
Serviço 24 horas. Ligação gratuita
Polícia Civil
Disque 197
E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
WhatsApp: 61 986-261-197
Site: www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher
Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres
Disque 180
Serviço 24 horas. Ligação gratuita
Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam)
Serviço 24 horas
Endereços: EQS 204/205, Asa Sul (Deam 1) e St. M, QNM 2, Ceilândia (Deam 2)
Telefones: 61 3207-6172/6195/7391/7408/7438 e 61 983-625-673
E-mail: deam_sa@pcdf.df.gov.br
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH)
WhatsApp: 61 996-565-008
Serviço 24 horas
Secretaria da Mulher do Distrito Federal
WhatsApp: 61 994-150-635
Serviço 24 horas
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