O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) negou o pedido de recurso feito pela defesa de Adriana Villela para que o julgamento que a condenou fosse anulado. Na ocasião, a acusada foi sentenciada a 67 anos de prisão pelo assassinato do pai, o ex-ministro do Tribunal Superor Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; da mãe, Maria Villela; e da empregada, Francisca Nascimento. Por meio de nota, Adriana alega inocência.
O triplo homicídio ocorreu em 2009 e ficou conhecido como o “Crime da 113 Sul”. Condenada por assassinato com motivo torpe, com crueldade e impossibilidade de defesa e por furto qualificado, Adriana teve a pena reduzida durante a sessão desta quinta-feira para 61 anos e 3 meses de reclusão e 17 dias multa.
Para justificar a redução na pena, o desembargador César Loyola levou em conta a conduta social de Adriana e retirou as circunstâncias negativas da detenta. Ao negar o pedido da defesa de anular o julgamento, Loyola lembrou que os advogados da arquiteta poderiam ter recusado a jurada em 2019, mas não fizeram.
Posicionamento
Em nota enviada à imprensa, a arquiteta lamentou a decisão da Justiça e a considerou como “injusta”. "Lamento que a Justiça continue ignorando as provas de minha inocência reunidas em sua própria investigação, mantendo a condenação injusta à qual fui submetida no dia 2 de outubro de 2019, coincidentemente, Dia Internacional da Condenação Injusta. Perdi meus pais e minha amiga Francisca de modo cruel e me tornei a quarta vítima desse crime horroroso que há 12 anos interrompe a minha vida e a de meus familiares e tantos bons e velhos amigos, meus e de meus honrosos pais. Ainda não foi dessa vez. Sim, eu sou inocente! E tenho fé de que a Justiça nos valerá”, afirmou.
A defesa também se posicionou por meio de nota. "A defesa técnica de Adriana Villela reafirma a mais absoluta certeza sobre a sua inocência, mesmo com o julgamento adverso de hoje no Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Em regra, os Tribunais de Justiça tendem a manter os vereditos do Tribunal do Júri, ainda quando as decisões são contrárias às provas dos autos. A defesa confia que o Superior Tribunal de Justiça irá fazer a necessária análise técnica para resgatar a Justiça."
Relembre o caso
Em 28 de agosto de 2009, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; a advogada Maria Villela; e a empregada da família, Francisca Nascimento Silva, receberam, no total, 73 facadas dentro do apartamento do casal. Os corpos dos três foram encontrados em decomposição em 31 de agosto de 2009.
Cerca de um ano após o crime, Adriana Villela e o porteiro do prédio, Leonardo Campos Alves, foram presos. Leonardo chegou a assumir os assassinatos. Ele ainda apontou que teve ajuda de um sobrinho e de uma outra pessoa. Os dois suspeitos também confessaram participação, mas depois voltaram atrás e disseram que só confessaram por terem sido torturados por 24 horas. Mesmo assim, os três foram condenados. A soma da pena deles chega a 177 anos.
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