Uma servidora da Unidade Básica de Saúde 9 de Ceilândia, no P Sul, foi agredida com socos e chutes na tarde desta quarta-feira (22/6), por volta das 16h da tarde. Segundo relato de Débora Evelin, técnica de enfermagem, a paciente queria trocar uma receita e, por não haver médicos disponíveis, ela foi agredida.
A servidora de 35 anos relata que um paciente entrou gritando e por este motivo, ela achou que estava acontecendo algo e foi atendê-la, apesar de ser rotineiro esse tipo de situação na UBS. Ao chegar ao corredor, ela viu que se tratava de um surto psicótico e tentou conversar com a paciente de forma calma e perguntou do que ela precisava. Agitada, a paciente disse que queria trocar a receita do seu remédio, no entanto a técnica de enfermagem informou a ela que somente médicos podem fazê-lo. “Ontem nós não tínhamos médico”, conta.
A partir desse momento, a paciente, que já estava nervosa, agitou-se ainda mais alegando que ela teria que trocar a receita. Quando foi informada novamente que não seria possível, ela desferiu um soco em Débora, seguido de chutes nas costas dela. A técnica de enfermagem alega que já estava sentindo dor na região em que foi agredida. “Os pacientes precisam entender que não é nossa culpa, nós trabalhamos demais e nos esforçamos, a falta de médico não é um problema da nossa alçada”, frisa.
Segundo o relato de Débora, a Unidade Básica de Saúde sofre com a falta de médicos há pelo menos três anos. Quando os servidores começaram a debandar da unidade, a equipe era composta de seis médicos, mas, com o tempo e com os acontecimentos, esse número foi drasticamente reduzido, sobrando apenas uma médica, que está de férias.
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“Todos os órgãos competentes estão cientes disso. Nós não temos médicos nessa unidade, o último que saiu foi em razão de uma agressão verbal que sofreu de um paciente”, expõe a técnica.
Carlos Anderson, técnico de laboratório, afirma que a Secretaria de Saúde precisa se posicionar a fim de esclarecer à comunidade que a falta de médicos não é culpa dos profissionais que atendem na UBS. “Até agora, não houve, do governo, nenhuma explicação para intermediar a situação e explicar para a comunidade porque as coisas estão assim”, desabafa.
No mesmo dia em que aconteceu a agressão, os servidores da unidade prepararam um lanche para as mães da comunidade, sem saber do que ocorreria mais tarde. “A gente se esforça, faz as ações com dinheiro do próprio bolso e ainda é tratado dessa maneira”, afirma a enfermeira da mesma equipe Graziele Teixeira.
Assim que a reportagem chegou à UBS, os servidores entraram em reunião para tratar do caso que ocorreu nesta quarta-feira, a fim de saber como proceder daqui em diante. Procurada, a Secretaria de Saúde ainda não deu um retorno sobre o caso.
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