Investigado por integrar um suposto grupo especializado na falsificação e no uso de documentos forjados para adquirir a propriedade de fazendas em Goiás, o empresário José Fuscaldi Cesilio, 81 anos, mais conhecido como José Tatico, também responde judicialmente por crimes contra a ordem tributária (sonegação de impostos) e lavagem de dinheiro, em consequência de uma investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT) finalizada em 2020. Em processos públicos, consta que o ex-deputado não pagou os tributos da rede de supermercados em 2000.
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José e outras oito pessoas foram presas, nessa terça-feira (21/6), durante uma operação desencadeada pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf). Há suspeita de envolvimento de empresários, advogados e tabeliães de cartórios no esquema criminoso. O delegado responsável pelo caso, Wisllei Salomão, explica que a polícia começou a investigar o grupo "quando um antigo tabelião de Limeira, cidade de Minas Gerais, produziu uma procuração falsa para se apossar de terra pública no DF". A certidão falsa configurava a invasão de uma expressiva área pública da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), dada como garantia de um empréstimo. Tatico foi solto ontem mesmo, após prestar esclarecimentos.
De acordo com a apuração policial, o tabelião investigado havia sido afastado por irregularidades, em 2015. Ele teria produzido outra procuração falsa, no ano seguinte, e apresentado em um cartório do DF, para transferir uma segunda fazenda, localizada em Mimoso (GO), pertencente a um espólio e avaliada em R$ 10 milhões. Agindo desde 2014, o mesmo grupo teria emitido uma terceira procuração, com uso de documentos falsos, em Dom Bosco (MG), para conseguir a escritura de compra e venda de uma fazenda também localizada em Mimoso (GO), avaliada, desta vez, em R$ 15 milhões.
Os mandados de prisão temporária e busca e apreensão foram expedidos pelos juízes criminais de Taguatinga, Gama, Lago Sul, Águas Claras, Setor de Indústrias Gráficas, Vicente Pires e Guará. Nas cidades de Goiás, houve expedição em Goiânia, Padre Bernardo, Mimoso e Águas Lindas.
Defesa
Por meio de nota, o advogado Frederico Sardinha Ferreira Chaves, responsável pela defesa do empresário Tatico, informou que as acusações não condizem com a realidade "tendo em vista que o empresário (também idoso) e seu filho também foram vítimas da quadrilha que gerou essa operação". Em outra nota, um segundo advogado de Tatico, Cristian Klock, afirmou que o empresário foi liberado após prestar informações.
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