Preso por suspeita de integrar um grupo criminoso especializado na falsificação e no uso de documentos forjados para adquirir a propriedade de grandes fazendas em Goiás, o empresário dono dos supermercados Tatico, José Fuscaldi Cesilio, o Tatico, 81 anos, foi solto na tarde desta terça-feira (21/6). A informação foi confirmada pela defesa de Tatico.
Durante a manhã, policiais civis da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) desencadearam uma operação que apura um esquema criminoso que envolvia empresários, advogados e tabeliães de cartórios. As investigações revelaram que o grupo agia desde 2014, utilizando procurações falsas nos cartórios com o objetivo de se tornarem proprietários de fazendas milionárias do estado goiano.
Oito pessoas foram presas e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Em nota, o advogado de Tatico, Cristian Klock, afirmou que o empresário foi liberado após prestar informações. “Isso confirma a absoluta falta de justa causa das medidas segregadoras, sobretudo, a inapelável inexistência de qualquer prova da materialidade ou indícios capazes de justificar o visível abuso de autoridade do comando judicial, de modo que comprova também a inexorável condição de vítima dos fraudadores”, pontuou.
Esquema
O delegado responsável pelo caso, Wisllei Salomão, explica que a polícia começou a investigar o grupo “quando um antigo tabelião de Limeira, cidade de Minas Gerais, produziu uma procuração falsa para se apossar de terra pública no DF”. A certidão falsa invadia uma expressiva área pública da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), dada como garantia de um empréstimo.
A polícia afirma que o tabelião investigado já havia sido afastado por irregularidades em 2015, por ter produzido outra procuração falsa e a usado em 2016, em um cartório do DF, para transferir uma segunda fazenda, localizada em Mimoso (GO), pertencente a um espólio e avaliada em aproximadamente R$ 10 milhões. As investigações apontam, também, que o mesmo grupo emitiu uma terceira procuração, com uso de documento falsos, em Dom Bosco (MG), para conseguir a escritura de compra e venda de uma fazenda também localizada em Mimoso (GO), avaliada, desta vez, em R$ 15 milhões.
Os mandados de prisão temporária e busca e apreensão foram expedidos pelos juízes criminais de Taguatinga, Gama, Lago Sul, Águas Claras, Setor de Indústrias Gráficas, Vicente Pires e Guará. Nas cidades de Goiás, houve expedição em Goiânia, Padre Bernardo, Mimoso e Águas Lindas.
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