O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) atua para o enfrentamento à violência por razão de idade com o trabalho da Central Judicial do Idoso (CJI), que divulga informações sobre os direitos desse segmento populacional. Ontem, no Dia Mundial de combate à violência contra a pessoa idosa, a juíza Monize Marques, coordenadora da central, apresentou um levantamento de ocorrências no DF. De 2019 para 2020 houve um acréscimo de mais 200% de denúncias. Os registros saíram de 989 para 2.025 e apresentaram uma redução para 1.734, em 2021. Ela respondeu a alguns questionamentos do Correio sobre as estratégias para reverter esse quadro
Quais as principais dificuldades no enfrentamento à
violência contra o idoso?
Estão relacionadas à ausência de informação. É necessário esclarecer que algumas condutas agressivas em relação ao envelhecimento são configuradas como crime e que a pessoa idosa é sujeita de direitos e não mero objeto de proteção da lei. Assim, deve exercer o protagonismo no gerenciamento das suas decisões.
Quais as principais ocorrências atendidas pela central e os encaminhamentos?
Normalmente as que envolvem violência psicológica, negligência e abuso financeiro no contexto familiar. Os encaminhamentos são decididos a partir de uma análise da lide sociológica e, por isso, não há um protocolo fechado para cada tipo de ocorrência.
O que está por trás desses casos de violência e quais os caminhos possíveis para uma cultura de inclusão?
Uma visão equivocada da longevidade, que ainda associa à velhice sentimentos negativos de incapacidade, improdutividade e doenças. O primeiro passo para a mudança, e mais importante, é ressignificar o envelhecimento, reconhecendo a longevidade como uma grande conquista da humanidade. Além disso, é importante acolher todo tipo de velhice e suas complexidades, refutando a ideia de uma velhice padrão.
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